Os juros futuros fecharam a sessão regular novamente em queda nesta sexta-feira, 21. As taxas dos contratos de longo prazo caíram em ritmo mais acentuado, refletindo principalmente a melhora na percepção do cenário eleitoral e do apetite por risco de ativos brasileiros pelo investidor estrangeiro. O IPCA-15 de setembro (0,09%) bem abaixo da mediana das estimativas (0,17%), do mesmo modo, estimulou a devolução de prêmios na curva, num momento em que o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) levantou mais fortemente a discussão sobre a chance de haver um aperto da Selic já em outubro.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 8,39%, de 8,497% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 recuou de 9,726% para 9,61%. A do DI para janeiro de 2023 terminou em 11,14%, de 11,315% ontem, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 12,034% para 11,80%. No caso dos contratos de longo prazo, é a terceira sessão consecutiva de queda nas taxas.

O resultado do IPCA-15 já animou o mercado na abertura, com queda nas taxas, que acentuaram a trajetória descendente, com mínimas, à tarde, enquanto o dólar ampliava o recuo, abaixo dos R$ 4,05, e a bolsa disparava acima dos 80 mil pontos. “O mercado está vivendo um pouco de euforia, com melhora das notícias eleitorais na margem, que arrefeceram ânimos sobre o crescimento da esquerda”, afirmou o economista da Mongeral Aegon Investimentos Breno Martins. Ele se refere principalmente às pesquisas de intenção de voto que têm mostrado o candidato Jair Bolsonaro (PSL) mais competitivo nas disputas de segundo turno.

O IPCA-15 de 0,09% em setembro foi o mais baixo para o mês desde 2006, segundo o IBGE, e acumula em 12 meses alta de 4,28%, abaixo da meta de inflação para 2018, que é de 4,5%. Analistas destacaram ainda que os preços de abertura comportados, como núcleos e queda no índice de difusão, também foram bem recebidos. O índice de difusão, segundo cálculos da Guide Investimentos, caiu de 54,64% para 52,46%.

Nos demais ativos, o Ibovespa, na contramão das bolsas norte-americanas, tinha alta firme, de 1,58% às 16h36, com 79.349,24 pontos. O dólar à vista estava em R$ 4,0422 (-0,78%). O risco Brasil medido pelo Credit Default Swap (CDS), derivativo de crédito que protege o investidor contra calotes na dívida soberana, recuava 4,8%, para 262,80 pontos-base nesta tarde, o menor valor desde 21 de agosto (257,06 pontos), considerando o contrato de 5 anos, de acordo com cotações apuradas pela Markit.

Na agenda além do IPCA-15, o Ministério do Trabalho informou esta tarde que foram criados 110.431 empregos com carteira assinada em agosto, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esse é o melhor resultado para o mês desde agosto de 2013, quando foram gerados 127.648 empregos formais.