Os contratos futuros de petróleo inverteram o sinal ao longo do dia, nesta sexta-feira, e fecharam em alta, minutos antes dos anúncios do presidente americano, Donald Trump, sobre a China. A expectativa do que seria anunciado – em retaliação à China – derrubou os contratos de petróleo durante boa parte da sessão. Os preços, porém, reagiram após a divulgação de um recuo nos poços e plataformas em atividade nos EUA, o que animou os participantes do mercado, atentos também ao retorno da demanda chinesa.

O petróleo WTI para julho fechou em alta de 5,28%, a US$ 35,49 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), com elevação de 6,73%% na comparação semanal. O Brent para agosto subiu 5,02%, a US$ 37,84 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), e alta de 7,71% na comparação semanal.

Os preços da commodity, que estavam em queda com a tensão comercial sino-americana como pano de fundo, inverteram sinal e tiveram alta logo após a Baker Hughes informar que o número de poços e plataformas de petróleo em atividade recuou 15 na semana passada nos EUA.

A informação injetou ânimo num mercado cauteloso à espera do pronunciamento de Trump sobre punições à China pela legislação que contraria a autonomia de Hong Kong. Quando Trump iniciou as primeiras palavras, acusando novamente a China pela pandemia, os mercados de petróleo tinham acabado de fechar em alta.

O Julius Baer comentou, em relatório a clientes, que o “clima do mercado tem se esforçado para melhorar em meio a algumas preocupações importantes”. Referindo-se a uma nova guerra comercial EUA-China. “A demanda asiática parece aumentar à medida que a economia se recupera”, afirmou.

A Capital Economics avalia que a nova rodada de tensões, motivadas pela lei de segurança em Hong Kong, “pesou nos preços do petróleo nesta semana”. A instituição avalia que “a possibilidade de o presidente Trump responder com tarifas contra a China, “poderia minar os fluxos comerciais globais e reduzir a demanda por petróleo”. No entanto, isso poderia ter um impacto direto limitado nos preços do petróleo no curto prazo, “principalmente porque a China não importa muita energia dos EUA”.