Responsáveis por 77% do faturamento do setor de mineração no País, as mineradoras que atuam nos Estados de Minas Gerais e Pará amargaram, respectivamente, quedas de 26% e 37% no faturamento no primeiro semestre deste ano ante o primeiro semestre de 2021. Mas, por ter visto as receitas caírem bem menos, Minas recuperou a dianteira do setor, apontam dados divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Nos seis primeiros meses do ano, as empresas que operam em Minas Gerais faturaram R$ 45,2 bilhões contra R$ 41,4 bilhões apurados por empresas com operações no Pará. Na primeira metade de 2021, a situação era inversa. Então, as operações no Pará renderam R$ 65,4 bilhões e as de Minas, R$ 61,4 bilhões. Os dois estados guardam as principais áreas em que opera a maior mineradora do país, a Vale.

Segundo a entidade, isso aconteceu em função do aumento das exportações de minério de ferro produzido em Minas, que avançaram no segundo trimestre deste ano. Não à toa, na comparação entre o segundo e o primeiro trimestre deste ano, o faturamento de Minas com mineração se recompôs em parte, avançando 24%. Já o faturamento no Pará seguiu com retração de 19% no segundo trimestre na comparação com o trimestre anterior.

Entre os demais estados com mineração relevante, Bahia, Mato Grosso e São Paulo apresentaram alta no faturamento no primeiro semestre do ano ante igual período de 2021 e no segundo trimestre ante o primeiro trimestre.

Terceiro estado minerador do Brasil, a Bahia viu o faturamento do setor crescer 26% no primeiro semestre, para R$ 5,2 bilhões, na comparação com o primeiro semestre de 2021, em função da produção de níquel, ouro, vanádio e rochas ornamentais.

Em seguida, surge Goiás, onde o faturamento do setor cresceu de R$ 3,8 bilhões para R$ 4,1 bilhões na mesma base de comparação. No entanto, Goiás assistiu uma queda de 32% nas receitas da mineração no segundo trimestre ante o primeiro, em função das quedas no faturamento com fosfato, ouro e cobre.

Quinto estado com maior receita de mineração, São Paulo viu um salto de 38%, para R$ 3,6 bilhões, no faturamento do setor na primeira metade do ano. Essa alta se deve à maior produção de agregados para construção civil, água mineral e fosfato, informou o Ibram.