Apenas um litro de cerveja ou um copo médio de vinho por dia pode começar a diminuir o volume geral do cérebro, descobriu um novo estudo. E o dano piora à medida que o número de bebidas diárias aumenta.

Em média, as pessoas de 50 anos que bebiam um litro de cerveja ou uma taça de vinho (duas unidades de álcool) por dia no último mês tinham cérebros que pareciam dois anos mais velhos do que aqueles que bebiam apenas metade de uma cerveja (um unidade), de acordo com o estudo, publicado na última sexta-feira, 4, na revista Nature.

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Os pesquisadores acompanharam quase 37 mil adultos e idosos europeus, divididos em dois grupos. O primeiro, dos que relataram tomar de uma a duas doses. E o segundo, de pessoas que consomem mais de quatro doses por dia. Após a análise das imagens cerebrais dos voluntários, a conclusão é de que todos (mesmo os que bebiam pouco) registraram a diminuição de volume do cérebro.

E quem acha que uma cervejinha ou uma tradicional taça de vinho seriam inofensivas, está enganado. Os cientistas classificaram esse tipo e quantidade de bebida como o equivalente a duas unidades. Uma dose de destilado (como o uísque, por exemplo), foi definida como uma unidade.

A partir daí, partiram para a análise das imagens cerebrais. Os participantes que bebiam uma ou duas unidades diárias já demonstravam algumas alterações na estrutura do cérebro. Em casos de quem bebia três unidades diárias, foi detectada uma diminuição mais significativa na massa branca e cinzenta, com a percepção de que o órgão era 3,5 anos mais velho.

Já para quem relatou beber mais de quatro unidades por dia, o problema é ainda mais grave: o cérebro demonstrou envelhecer mais de 10 anos. Se você toma uma dose de bebida alcoólica todos os dias, não se desespere. O estudo não é conclusivo por ter se baseado em pessoas de uma determinada faixa etária e de uma região específica.

Vale lembrar também que os cientistas se concentraram nos relatos de ingestão de álcool feita apenas ao longo de um ano. Não foi considerado o consumo anterior, o que poderia modificar os resultados consideravelmente. De qualquer forma, a pesquisa traz uma pista para futuros estudos sobre o impacto do consumo de álcool no cérebro ao longo do tempo.