Apenas 17% dos rios do mundo correm livres e estão integrados em áreas protegidas, identificou um estudo hoje nesta quinta-feira (13), que alertou para o elevado risco ambiental a que estes ecossistemas estão sujeitos.

Segundo o especialista em recursos hídricos da Northern Arizona University (NAU), nos Estados Unidos, Ian Harrison, “as populações de espécies de água doce já diminuíram 84% em média desde 1970, sendo a degradação dos rios a principal causa desse declínio”

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Esta nova pesquisa, publicada na revista científica Sustainability, juntou diversos especialistas de universidades e de outras organizações como a WWF, a Conservation International e a The Nature Conservancy, que analisaram diversos estudos, com o objetivo de definir um roteiro para a proteção dos rios dirigido aos decisores das políticas ambientais.

Segundo estes pesquisadores, não existe uma estrutura a nível global focada especificamente na proteção de rios e a proteção dos ecossistemas de água doce do planeta tem recebido menos atenção e financiamento do que esforços de preservação dos sistemas marinhos e terrestres.

“Os rios de fluxo livre e outros ecossistemas de água doce sustentam não só a biodiversidade, mas também a cadeia de abastecimento de alimentos, de água potável, as economias e as culturas para milhões de pessoas no mundo”, declarou Jonathan Higgins, consultor da organização The Nature Conservancy.

Os dados científicos comprovam a importância dos rios também na capacidade que apresentam de manter as populações de peixes migratórios, de conservar os deltas que congregam cerca de 500 milhões de pessoas e os terrenos agrícolas altamente produtivos, o que exige uma estratégia de conservação e gestão das bacias hidrográficas.