Alexandria Ocasio-Cortez é um fenômeno político-digital americano. Amada pela esquerda. Odiada pela Fox e pela direita. AOC, como é conhecida, só é menos falada que o presidente Donald Trump e acaba de ser escolhida uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time. Eleita deputada por Nova York em junho de 2018, a ex-garçonete de 29 anos acaba de desistir – de forma surpreendente – da rede social mais popular do planeta, o Facebook. Não é pouco. Foi por meio de redes sociais que ela bateu Joe Crowley nas eleições ao Congresso, um veterano que tinha dez mandatos. Sua página na rede de Mark Zuckerberg tem 799 mil seguidores. Sua conta no Twitter beira os 4 milhões. No Instagram, mais 547 mil. Numa entrevista ao podcast Skullduggery ela disse que parou de usar sua conta no Facebook e que está redimensionando todas as demais mídias sociais, o que ela descreve como um “risco à saúde pública” porque pode levar a isolamento, depressão, ansiedade, vício e escapismo. O problema para o Face é que AOC representa a geração millenial como nenhum político dos EUA e essa geração deixa a rede social em massa. Em 2015, 71% dos americanos de 13 a 17 anos estavam nela. Em 2018, 51%. AOC parece saber para onde ir.

(Nota publicada na Edição 1118 da Revista Dinheiro)