Somadas as duas fontes de recursos públicos do financiamento político – o Fundo Partidário e o eleitoral -, pode-se dizer que, ao votar para a Câmara dos Deputados em 2014, cada eleitor fez, sem saber, uma “doação” indireta de R$ 32,52 para a legenda contemplada, ao longo de quatro anos.

Em 2010, esse repasse indireto também ocorreu, mas a quantia referente a cada voto foi menor: R$ 18,52, em valores atualizados pela inflação, para permitir comparação.

A diferença se deve a uma explosão no repasse de recursos públicos para os partidos políticos. Nos quatro anos encerrados em 2014, as dotações do Fundo Partidário totalizaram R$ 1,8 bilhão, em valores de hoje. Nos quatro anos que se encerrarão no próximo ano, a quantia terá saltado para R$ 3,2 bilhões – um aumento de quase 80%, em termos reais.

Acrescente-se a isso o valor do recém-criado fundo eleitoral e o total de recursos públicos destinados aos partidos chegará a pelo menos R$ 4,9 bilhões.

Considera-se nessa conta o valor de R$ 1,7 bilhão para o fundo eleitoral, estimado por senadores na época da votação. O texto da lei, porém, não é claro quanto ao total de recursos destinado ao financiamento de campanhas. Alguns parlamentares projetam que o fundo poderá receber cerca de R$ 2 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.