A Bullla é uma Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), organização regulamentada pelo Banco Central (BC) em 2018 e que intermedia tomadores de empréstimo com pessoas interessadas em investir dinheiro.

Como surgiu essa ideia?
Passei boa parte da minha trajetória profissional em uma financeira, a Losango. Eu percebi que o modelo de concessão de crédito do sistema financeiro não é eficiente. As taxas são elevadas porque os sistemas têm de sustentar grandes ineficiências e custos elevados. E isso prejudica tanto o tomador quanto o doador dos recursos.

Como assim?
Começando pelo doador de recursos. O investidor que possui R$ 20 mil para aplicar em um banco grande com sorte consegue obter uma rentabilidade equivalente à do CDI, o que quer dizer juros reais negativos, pois a inflação está quase o dobro da Selic.

E para quem toma empréstimos?
A situação também é ruim. Os bancos têm de ter escala para sustentar o custo das redes e dos sistemas. Para isso, os bancos fazem os bons pagadores pagarem pelos maus. O custo de um empréstimo para o tomador final é calculado muito mais em função do relacionamento que o cliente tem com o banco do que em função do risco que ele oferece.

É isso que encarece o crédito?
Em parte, sim. Há outras causas, como a inadimplência e a cunha fiscal. Mas é isso que faz com que o crédito pessoal custe 7% ao mês em um banco grande e até 20% ao mês em uma financeira que se propõe a atender os negativados.

Como o P2P resolve isso?
A Bullla é uma SEP. Nosso trabalho é localizar pessoas que precisam de dinheiro e fazer uma avaliação de risco desse tomador.

Como vocês avaliam?
Acessamos os dados do candidato, onde ele mora, onde trabalha. Como quem vai emprestar são pessoas, eu não posso indicar um cliente que esteja negativado. Se o candidato for aprovado, nós colocamos os dados dele na base. Quem se interessar concede o empréstimo.

Quais os juros?
O primeiro crédito custa 5% ao mês. Ainda é um pouco caro, mas é pelo desconhecimento que temos do cliente. Se ele não apresentar problemas de inadimplência, o empréstimo seguinte custará 4% ao mês. E assim por diante, até piso de 1,2% ao mês.

Quanto quem empresta ganha?
Para o investidor, a taxa hoje é de 4% ao mês, o que representa cerca de 58% ao ano brutos. Mas esse percentual não considera imposto e inadimplência, que estimamos em 20%. Assim, tirando tudo, a rentabilidade líquida para quem empresta é de 25% ao ano. E vai melhorar quando os juros caírem.

Isso parece contraditório.
Não é. O cálculo é simples: se os juros para o tomador caírem de 5% ao mês para 2%, ele terá menos risco de inadimplência. Se o calote cair dos 20% para 4%, conseguimos atender mais gente e o rendimento para o investidor permanece ao redor de 20% ao ano. É mais do que ele ganharia no banco. Ao afastar os bancos, beneficiamos tanto os tomadores de crédito quanto os investidores.

E-COMMERCE
XP lança
seu novo Marketplace

A XP acaba de lançar seu Marketplace oferecendo aos usuários do Cartão XP acesso a diferentes produtos e serviços, além de acumular pontos no programa Investback. Segundo a empresa trata-se de um ecossistema completo para o cliente cuidar da vida financeira, desde investimentos até o consumo. O MarketPlace XP nasce com mais de 20 marcas parceiras que terão acesso a base de clientes com grande potencial de consumo e os clientes poderão contar com mais benefícios. “Vamos oferecer uma experiência diferenciada, tudo direto no aplicativo”, diz Bruno Guarnieri, head de Produtos Digitais.

TECNOLOGIA
Salto nas tentativas de fraude

O avanço do uso de serviços online durante a pandemia elevou em 276% o volume de fraudes financeiras no Brasil em 2020. Segundo levantamento feito pela empresa de tecnologia Único, foi registrada em média de 1,2 tentativa de fraude por minuto durante 2020, totalizando 371.216 operações suspeitas no ano passado. Esse movimento deve continuar em 2021, conforme a empresa, diante do aumento dos serviços através de canais digitais.

Número da semana
1,2% 

Foi o crescimento das vendas do comércio varejista em 2020, informou na quarta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas em dezembro recuou 3,7% em relação a novembro e fechou o ano em queda de 1,5%, após três anos consecutivos de alta. O setor varejista conseguiu ter crescimento anual pela quarta vez consecutiva, apesar da pandemia provocada pelo coronavírus. No entanto, foi a taxa de crescimento mais fraca dos últimos quatro anos. Além disso, o recuo nas vendas de 6,1% registrado em dezembro na comparação com novembro foi a segunda baixa mensal consecutiva e a maior para o último mês do ano na série histórica do IBGE. O crescimento do comércio varejista no acumulado de 2020 veio após um primeiro semestre de queda (-3,2%) e um segundo semestre de alta (5,1%). O comércio varejista ampliado apresentou a mesma dinâmica (-7,7% e 4,2%, respectivamente), mas o resultado não foi suficiente para a o indicador fechar o ano com taxa positiva.

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