A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votou pela recomendação do uso emergencial da vacina da CoronaVac em crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos. A orientação do órgão de saúde, feita no início da tarde desta quinta-feira (20), recebeu votos favoráveis dos 5 membros titulares da diretoria.

A dose da CoronaVac é a mesma utilizada em adultos, diferente da Pfizer, que desenvolveu uma fórmula pediátrica exclusiva. O intervalo recomendado entre as aplicações é de 28 dias e ainda não há calendário sobre a campanha de imunização.

A resolução difere do que foi solicitado pelo Instituto Butantan, fabricante do imunizante que propôs o uso a crianças a partir dos 3 anos de idade. A restrição da Anvisa também abarca imunossuprimidos.

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A sugestão do órgão de aumentar a faixa etária para uso da CoronaVac foi baseada na insuficiência de dados sobre a vacinação de crianças entre 3 e 5 anos e imunossuprimidos. Isso ocorreu mesmo com a CoronaVac já sendo aplicada em crianças no Chile, que apresentou informações à Anvisa.

O gerente de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, especula ampliar a faixa etária da vacinação infantil assim que houver mais dados para análise científica disponíveis.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) também apoiam o uso da CoronaVac a crianças a partir de 6 anos.

Com a aprovação da Anvisa, a CoronaVac pode ser aplicada imediatamente em crianças acima de 6 anos em todo o Brasil. Segundo o Instituto Butantan, há 15 milhões de doses disponíveis para iniciar a campanha de vacinação.

A CoronaVac é a segunda vacina infantil aprovada pela Anvisa – a primeira, que já é aplicada, é do laboratório americano Pfizer.