Antonio Freixo Junior, sócio na Entre Investimentos e Participações e membro do conselho de administração da Leads Securitizadora, é o convidado do novo episódio do MoneyPlay Podcast, programa voltado para o mundo das finanças, apresentado pelo educador financeiro Fabrício Duarte. 

Formado em Administração de Empresas e com mais de 33 anos de experiência no mercado financeiro, ele já passou pelo Credit Suisse, Banco Garantia, Banco do Brasil e Banco Nacional. No episódio, ele fala sobre sua trajetória profissional, quando montou uma offshore nas Bahamas e em que investe hoje.

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O primeiro emprego do administrador foi como office-boy em uma agência do Banco Nacional em Santa Rita do Sapucaí, no interior de Minas Gerais. Tinha quase 14 anos e foi contratado por um gerente que, anos antes, havia sido office-boy de seu avô, quando ele abriu o primeiro Banco Hipotecário em Pouso Alegre, sua cidade natal. “Achava o máximo com essa idade já ter talão de cheque”, diz. 

No banco, foi também escriturário, trabalhou na compensação, tesouraria, área de crédito e foi operador de crédito rural, o último passo para virar subgerente do banco. Mas apareceu uma oportunidade de trabalhar no Banco do Brasil como estagiário e, mesmo com toda a experiência que já tinha, aceitou.

“Era o melhor emprego no interior na época para quem queria trabalhar em banco, então, topei o risco de sair de operador de crédito rural do Nacional para virar office-boy de novo”, conta. “As oportunidades aparecem e você tem que que pegar. Nunca gostei de zona de conforto.”

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Banco Garantia

Durante a faculdade, Freixo se mudou para São Paulo e fez entrevista com todos os sócios do Banco Garantia para uma vaga de estagiário. Entrou como liquidante, foi para a tesouraria, operações, mesa de câmbio (como controller) e trabalhou com um dos sócios em outra parte de ativos do banco até a instituição montar uma tesouraria internacional e se tornar o primeiro contato com ativos do banco fora do Brasil.  

“O Garantia tinha um turnover muito grande e a margem de erro era muito pequena”, relembra. “Gostar de você dependia do tempo que você estava ali. Tinha chefe que dizia: ‘só converso com você depois de três meses, pois não sei se vai estar aqui’.”

Quando estava na tesouraria internacional do Garantia, foi preciso começar praticamente do zero. “Tinha uma ponta que cuidava dos ativos, mas tudo era muito novo, um mercado muito diferente”, diz. Como não falava inglês na época, Freixo contratou um estagiário que havia morado fora para ajudá-lo no contato com os clientes.

Mercado offshore

O foco da área eram os clientes high (acima de cinco milhões de dólares) e ultra-high (acima de 30 milhões de dólares). E, apesar da imagem que a maioria das pessoas ainda tem sobre esse tipo de investimento, ele garante que é um mercado de pessoas sérias que trabalham corretamente e possuem ativos. 

“É preciso desmistificar esse negócio”, afirma. “A lei permite que a gente faça uma série de investimentos e o Banco Central já havia mudado um pouco a política de investimentos no exterior em 2004.”

Freixo acredita que o mercado brasileiro, em questões de legislação e organização, é um dos melhores do mundo, mas ainda é um mercado de poucos produtos. E os produtos mais sofisticados são acessíveis apenas ao investidor qualificado profissional, o que limita muito a gama dos investidores brasileiros. 

“Lá fora dá para montar carteiras que minimizam o risco de uma maneira muito interessante e no Brasil a gente ainda continua patinando”, compara. “Alguns ativos internacionais tentam entrar aqui, mas mesmo assim a gente ainda peca.” 

Empreendedorismo 

Depois que o administrador deixou o Banco Credit Suisse, que comprou o Garantia, ele criou a Entre Investimentos, para prestar um serviço de consultoria na documentação de operações de câmbio para clientes.

“Quando saí do banco, fiquei um tempo parado pensando o que queria fazer, pois estava perdido, mas tinha a sensação de que não estava velho e sabia que conheço bem o mercado financeiro”, diz Freixo.

Hoje, ele investe em empresas em que pode gerar algum valor. Tem participação em vários negócios. A ideia, explica, é colocar dinheiro em ativos que consiga ter um ganho melhor do que o CDI, como crédito não performado, ou deixar o dinheiro parado num determinado fundo.

“Não gosto muito de fundo, a não ser fundo exclusivo que você dedica e traça mais ou menos o que você quer fazer. Gosto realmente de negócios que geram emprego”, diz. “Além do retorno financeiro, você constrói alguma coisa. Não é simplesmente deixar dinheiro em algum lugar ou ficar apostando igual cassino na bolsa.” 

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