O crédito que usa como garantia as expectativas para vendas futuras de uma empresa é um dos pontos-chave dos temores do mercado em relação às fintechs das últimas semanas. Nesse sentido, estão na berlinda justamente as adquirentes, ou empresas de maquininhas de cartão, que costumam atuar fortemente nesse nicho.

No mercado, esse financiamento que conta com faturamento futuro é apelidado de “crédito-fumaça”. Segundo Carlos Macedo, analista ligado à plataforma Ohmresearch, é uma operação altamente sensível a solavancos da atividade econômica – justamente a situação que o Brasil vive hoje, com sucessivas revisões para baixo do crescimento tanto para o ano que vem. “Se o cliente toma crédito neste mês, e as vendas caem no seguinte, aquela garantia não existe”, resume.

Mercado financeiro apoia projeto que cria novo marco de garantias

Procurada pela reportagem, a Stone não quis se pronunciar. Na época de sua divulgação de resultados, no entanto, a companhia informou que está reestruturando seu produto de crédito para utilizar outras formas de garantia. Em vez de deter-se apenas no fluxo de recebíveis de seus clientes, a credenciadora sinalizou que outros ativos podem ser usados para assegurar o crédito.

O crédito-fumaça é uma aposta do setor de adquirência, mas há diferenças entre cada uma delas. Em empresas como Cielo, Rede e GetNet, a maior parte desse tipo de crédito é feita pelos bancos às quais as companhias estão ligadas – Bradesco, BB, Itaú e Santander, respectivamente -, e não pela adquirente em si. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.