A cadeia de exploração e produção (E&P) do setor de petróleo e gás tem investimentos potenciais a receber de R$ 510 bilhões no período de 2017 a 2027, estima o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone.

A projeção inclui aportes em projetos exploratórios (R$ 10 bilhões) e de produção (R$ 240 bilhões) já em curso até 2021, que significariam 150 novos poços exploratórios e mais 20 novas unidades de produção.

A este montante se somariam os investimentos em novos blocos exploratórios que serão leiloados nas próximas rodadas de licitações do setor, a partir de setembro. Nesse caso, a previsão é de R$ 260 bilhões investidos de 2019 a 2027, traduzidos em 300 novos poços marítimos e 17 novas plataformas. Essas seriam as unidades necessárias para produzir mais 2 milhões de barris por dia em 2027.

Oddone mencionou medidas importantes para impulsionar a atividade do setor, como a solução da questão da cessão onerosa entre Petrobras e União, alterações relativas ao conteúdo local e o destravamento de licenças ambientais.O diretor-geral da ANP afirmou esta semana que a próxima prioridade da agência será impulsionar a recuperação da produção em campos maduros em declínio. A ANP se preocupa com o fato de a produção brasileira estar crescendo apenas em função do pré-sal.

Em palestra no O&G TechWeek, evento do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), no Rio, Oddone destacou a importância da tecnologia para o setor, que passará por fortes mudanças com questões como a transição para uma economia de baixo carbono no mundo. Para o executivo, o pico de demanda por petróleo se dará entre 2030 e 2040.

“Não temos tempo a perder, precisamos conhecer o potencial exploratório brasileiro antes que a era do petróleo acabe. A tecnologia vai nos ajudar no pré-sal, a aumentar fator de recuperação da indústria”, disse. De acordo com dados da ANP citados por ele, no Brasil menos de 5% das áreas sedimentares estão contratadas e há apenas 30 mil poços perfurados.

Oddone contou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a ANP estão discutindo em conjunto a criação de um fundo para financiar a cadeia de fornecedores do setor. “Estamos caminhando para ter um mercado diversificado e competitivo em todos os segmentos da indústria”, afirmou.