A Anistia Internacional considerou nesta quinta-feira que as violações dos direitos humanos em prisões secretas dos Emirados Árabes Unidos no sul do Iêmen podem “constituir crimes de guerra”.

Em seu relatório publicado um ano após o surgimento das primeiras informações sobre estas prisões secretas, a Anistia afirma que nelas são cometidos “flagrantes violações, incluindo desaparecimentos forçados, tortura e maus tratos sistemáticos, que constituem “crimes de guerra”.

A Anista apela “aos aliados dos Emirados Árabes Unidos, incluindo os Estados Unidos, que combatem o terrorismo e se “manifestem contra os atos de tortura denunciados, o que inclui investigar o papel do pessoal americano (…) e não utilizar informação que provavelmente foi obtida sob tortura ou maus tratos”.

O relatório “God only knows if he’s alive” (‘Só Deus sabe se estas vivo’) descreve o sofrimento de parentes de dezenas de detidos sobre os quais não se tem qualquer informação.

“Quando exigem saber onde estão ou se permanecem vivos, só são respondidos com silêncio ou intimidação”, denuncia no relatório Tirana Hassan, diretora de Resposta a Crises da Anistia Internacional.

A organização investigou entre março de 2016 e maio de 2018 os casos de 51 homens sequestrados e detidos no sul do Iêmen pelos Emirados Árabes Unidos e as forças iemenitas aliadas deste país membro da coalizão militar que combate os rebeldes huthis.

A Anistia afirma que “19 destes homens permanecem em paradeiro desconhecido”.

Os Emirados negam dirigir ou manter prisões secretas no sul do Iêmen.