BRASÍLIA (Reuters) – Defensor do uso de remédio ineficaz no tratamento da Covid-19, o médico Hélio Angotti Neto foi exonerado do cargo de secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde e agora vai exercer o cargo de secretário de Gestão do Trabalho e Educação da pasta, conforme portaria publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União.

O novo posto de Angotti era ocupado até segunda-feira por outra defensora de medicamentos sem eficácia contra Covid, Mayra Pinheiro, que foi nomeada para um cargo no Ministério do Trabalho. Conhecida como “capitã cloroquina”, Pinheiro informou em suas redes sociais que será candidata a deputada federal pelo Ceará.

Desde o ano passado, o médico protagonizou polêmicas. Ele foi alvo de um pedido de indiciamento feito no relatório final da CPI da Pandemia do Senado que o acusou de pandemia com resultado morte e incitação ao crime.

Recentemente, o Ministério da Saúde retirou de um documento assinado por Angotti uma tabela que dizia que as vacinas contra a Covid-19 não possuem efetividade e segurança e que a hidroxicloroquina tem. Isso causou reação de parlamentares que chegaram a pedir o afastamento dele do cargo e a suspensão dos efeitos do documento original.

Procurada, a pasta informou que a troca dos integrantes do secretariado é um “movimento normal”.

“Após a saída da Mayra Pinheiro, Hélio Angotti assume o cargo de secretário da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde (SGTES), tendo em vista sua atuação como Secretário Substituto e diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde na própria SGTES”, disse.

(Reportagem de Ricardo Brito)

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