A Anglo American vai investir mais de US$ 100 milhões no reassentamento de até 400 famílias que vivem em comunidades abaixo da barragem de rejeitos do projeto Minas-Rio, estima o chefe de assuntos corporativos da Anglo American Brasil, Ivan Simões. O projeto de assentamento está em curso há três anos em Conceição do Mato Dentro (MG), onde está o projeto de mineração da companhia no País.

Um comitê de convivência foi estabelecido para definir os parâmetros dessa realocação, que pode ser feita para propriedades da própria Anglo ou de terceiros, desde que dentro dos padrões mínimos estabelecidos. Simões diz que alguns dos envolvidos são posseiros e recebem o título de propriedade da terra após o reassentamento. Simões não soube precisar quantas famílias já aderiram ao programa nesse período.

“Para todas as comunidades que estão abaixo (da barragem) a gente está oferecendo esse programa”, disse ele a jornalistas no FT Commodities Americas Summit, no Rio.

O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho com a perda de pelo menos 249 vidas aumentou o medo das populações que vivem no entorno dos projetos de mineração e acendeu o alerta vermelho para esse tipo de estrutura de armazenagem de rejeitos.

Após concluir o alteamento da barragem de rejeitos do Minas-Rio para uma cota de 700 metros, a Anglo aguarda agora a licença de operação da estrutura, em análise pela autoridade ambiental de Minas Gerais. O executivo disse que a estrutura está passando por inspeções.

Depois de ter as operações paradas ao longo de 2018 por conta de problemas de vazamento de polpa de minério em seu mineroduto de 529 quilômetros, a Anglo retomou as operações da Etapa 3 do projeto em dezembro passado. A meta da Anglo é atingir a capacidade plena de 26,5 milhões de toneladas anuais de minério de ferro no Minas-Rio.