Agora que os juros subiram, compensa investir mais em renda fixa?
Como assessores de investimento sempre indicamos a diversificação de carteiras, independentemente da alta ou baixa de juros. Tanto nas classes dos ativos como na geografia, dentro e fora do Brasil. Mas claro que há uma busca maior por parte dos clientes daqueles ativos que têm maior possibilidade de ganhos.

Os investidores aceitam mais risco para ter maiores retornos?
Sim. Operações estruturadas de títulos de renda fixa, emitidos por instituições securitizadoras, para financiar o setor imobiliário e agrícola, como o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) e o CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), também chamam atenção dos clientes, bem como alguns CDBs de bancos de prazos longos.

No curto, médio e longo prazo quais são os melhores caminhos?
Sempre avaliamos no longo prazo, e até o final do ano a taxa Selic ainda deve subir mais, chegando a 8%.

O que fazer nesse cenário?
Não recomendamos apostar tudo em um único ativo, mas sim diversificar sempre o portfólio de investimentos, incluindo ativos internacionais. Mesmo com cenário de inflação americana, a instabilidade lá fora tende a ser mais transitória. E o bom de ter investimento externos é que, mesmo com todo os riscos, ainda é interessante pela diferença das moedas.

Essa diversificação inclui criptomoedas?
Sempre avaliamos o perfil do cliente, porque criptomoedas são ativos de altíssimo risco e é preciso ter visão de curto, médio e longo prazo. A ideia não é expor o patrimônio do cliente. Por isso, há investimento em fundos que incluem esses tipos de ativos.

Quais são os destaques em investimentos?
Os destaques ficam para produtos de renda fixa de longo prazo, livre de imposto, como fundo de ações de multifatores. Hoje indicamos também um fundo sistemático chamado Avantgarde Multifatores FIA. Optamos por fundos sistemáticos principalmente pela metodologia de investimento desse tipo de produto de criar portfólios de ações diversificados e com menor risco. Já em relação às debentures incentivadas, que são isentas de imposto de renda, recomendamos aquelas com rating AAA, que são a maior nota de crédito possível.

DINHEIRO CURTO

Pelo quarto ano consecutivo, a Anbima, associação que representa as gestoras de fundos, elaborou um raio-X dos investidores brasileiros. As conclusões do levantamento foram de um impacto pesado da pandemia sobre as finanças da população. Segundo a pesquisa, que entrevistou cerca de 3,4 mil pessoas, mais da metade dos entrevistados apresentou uma perda parcial ou total nos rendimentos. Essa escassez de recursos levou a resgates das aplicações financeiras, o que diminuiu o número de investidores.

EM ALTA
1,04% 

Foi o aumento do preço do aluguel de imóveis comerciais em 2021. A sétima alta mensal consecutiva neste ano, conforme levantamento feito pelo FipeZap. Com isso, o preço médio de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 m2 apresentou ligeira queda de 0,03% em julho de 2021, enquanto o preço médio de locação do segmento avançou 0,13% no mesmo mês. Comparativamente, as variações foram inferiores à inflação medida pelo IPCA (+0,96%) e pelo IGP-M (+0,78%). No ano,
a variação também foi inferior à inflação.

EM BAIXA
-0,96% 

Foi a queda na cotação do dólar na quarta-feira (25), o menor patamar em duas semanas. O resultado, que pareceu um alívio em meio à tão tensionada linha da inflação brasileira, não deve durar muito, e o motivo será o dia 7 de setembro. Com a movimentação de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, de caminhoneiros e opositores ao governo, há uma expectativa de manifestações por todo o País. Dependendo de como se comportarem os principais entes desta história, o dólar deve voltar a subir, a bolsa pode ter forte queda e incerteza seguirá.