Por que fundar uma gestora neste momento?
Eu e a maioria dos demais sócios trabalhamos no Crédit Suisse. Eu me especializei na área de estruturação de dívida. Ou seja, nosso trabalho no banco era desenvolver novas soluções para financiar empresas. Com isso em mente, resolvemos aproveitar esse conhecimento para desenvolver novas maneiras de financiar as atividades empresariais.

Que estratégias sua gestora está desenvolvendo?
No momento estamos oferecendo dois fundos aos investidores. Um deles é especializado em ativos judiciais. Basicamente processos e precatórios. Nesse fundo, realizamos um trabalho muito aprofundado de análise dos processos de cobrança em tramitação no Judiciário. Não são grandes carteiras de varejo, são processos direcionados.

E como estabelecer um preço para esses ativos, dada a incerteza do Judiciário?
Acreditamos que esse é o nosso diferencial. Alguns dos sócios são advogados, com muita experiência em contencioso. E chegamos a algumas conclusões surpreendentes quando começamos a estudar esse assunto.

Quais?
Há muitos advogados excelentes dedicados ao direito corporativo e às recuperações judiciais. Mesmo assim, eles não conseguem atribuir um valor financeiro para o contencioso jurídico. Não é falta de competência, é desconhecimento mesmo. Ninguém tratou disso nos cursos de direito. Nosso diferencial é analisar esses processos, atribuir um valor e, se a conta fechar, compramos o processo.

Isso vale para as empresas também?
Sim. Por exemplo, em operações de fusão e aquisição, é frequente que a empresa comprada tenha algum contencioso. O procedimento padrão dos escritórios de assessoria é bastante conservador. Qualquer contencioso a receber é lançado com valor zero. E obviamente esses ativos valem mais do que zero.

E o outro fundo?
Será um fundo de crédito dedicado a empresas. Nosso diferencial aqui é nossa capacidade de avaliar bons negócios. Uma vez que um crédito tenha sido aprovado por nós, nosso fundo atua em parceria com investidores institucionais.

NOTAS 

XP E GESTORA INGLESA LANÇAM FUNDO

A XP lançou, em parceria com a gestora de recursos inglesa Seilern Investment Management, um fundo
de ações dedicado a empresas com alto potencial de crescimento (growth stocks). Ele investirá em ações de 20 a 25 companhias de países da OCDE com negócios escaláveis. O produto é destinado a investidores qualificados, tem investimento mínimo de R$ 500, taxa de administração de 1% ao ano, e não cobra taxa de performance.

VECTIS CAPTA R$ 196 MILHÕES COM FIAGRO

A gestora Vectis anunciou a captação de R$ 196 milhões com a primeira emissão de cotas do fundo de investimentos no agronegócio (Fiagro) Vectis Datagro, que será negociado com o código VCRA11. Um total de 1.728 cotistas participaram da primeira emissão. O fundo poderá investir em toda a cadeia do agronegócio. Segundo a Vectis, em maio a carteira apresentava uma rentabilidade bruta de CDI mais 6,3% ao ano.

BTG E TEVA DESENVOLVEM ETF DE CRÉDITO PRIVADO

O BTG Pactual está lançando o primeiro Exchange Traded Fund (ETF) dedicado ao crédito privado brasileiro. Desenvolvido pela Teva Índices, empresa especializada no desenvolvimento desses fundos, o ETF Debêntures DI terá suas cotas negociadas na B3 com o código DEBB11. O fundo reproduz o índice Teva Debêntures DI, carteira teórica de debêntures emitidas por companhias abertas e líquidas.

EM ALTA
1,5 ponto

Foi a alta do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em junho. O ICI chegou a 101,2 pontos, maior nível desde os 102,1 pontos de novembro de 2021, informou a FGV. Nas médias móveis trimestrais, o ICI avançou 2,1 pontos para 99,4. Foi a terceira alta seguida, que levou o índice a superar o nível neutro de 100 pontos. A alta foi sustentada pela melhora das expectativas nos bens de consumo não duráveis.

EM BAIXA
12,7%

Foi a queda da moagem de cana durante a safra 2022/2023 na região Centro-Sul do Brasil. O processamento de cana somou 145,7 milhões de toneladas até 16 de junho, ante 166,9 milhões no mesmo período do ano passado. Com isso, a produção de açúcar recuou 23,6% para 7,19 milhões de toneladas. A produção de etanol caiu 8%, para 7 bilhões de litros. Os dados são da União da Indústria de
Cana-de-açúcar (Unica).