Qual o perfil da sua empresa?
A Mav é uma gestora de recursos focada em crédito privado, formada por ex-executivos do mercado financeiro. O grupo de sócios fundadores tem 70% do capital e os 30% restantes pertencem à holding Água Santa, ligada ao grupo Cosan. Além de ser nosso investidor, a holding funciona como um hub de oportunidades de negócio. O grupo tem relacionamento com muitas empresas e havia várias oportunidades de atuar na concessão de crédito privado que não geravam valor. É onde nossa gestora entrou.

Como assim?
Por exemplo, o grupo Cosan arrenda milhares de fazendas, mas não quer comprar essas terras. No entanto, na transição de gerações, muitos herdeiros querem vender as propriedades. Ou, o que é mais comum, parte dos herdeiros quer vender e parte quer prosseguir no negócio. Nesse caso, nossa gestora faz um arrendamento que permite a um dos herdeiros comprar as participações dos demais.

Como vocês conseguem recursos para isso?
Por meio de fundos. Já temos três fundos em funcionamento, um Fundo de Investimento Imobiliário (FII), um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e um Fundo de Investimento no Agronegócio (Fiagro). A Água Santa proporcionou o capital semente para os fundos.

Por que investir nesse setor?
Essa estratégia nos permite ocupar um espaço no crédito corporativo que não vem sendo muito disputado pelos bancos. Apesar da retração pontual do terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio vem crescendo de maneira consistente e demanda capital de terceiros. Não por acaso, nossa expectativa é que o mercado dos Fiagro seja muito maior do que o dos fundos imobiliários no médio prazo.

O que sustenta essa afirmação?
Os fundos imobiliários são excelentes, mas se concentram em poucos ativos. Basicamente edifícios corporativos em São Paulo, no Rio de Janeiro ou em Brasília, ou em galpões logísticos nas proximidades das cidades maiores. O agronegócio está em todo o País. Norte e Centro Oeste produzem soja, no Sul há cooperativas enormes, sem falar na bioenergia. E as verticais são inúmeras. Os fundos podem desenvolver propriedades visando ganho de capital, adquirir propriedades maduras com foco na renda, atuar na logística para o agro, e elaborar verticais como cana, café, soja e algodão. Não podemos nos esquecer que o Brasil é enorme.

NOTAS:
RENDA FIXA VOLTA A LIDERAR CAPTAÇÃO

Os fundos de investimento captaram R$ 6,7 bilhões em novos recursos na segunda semana de dezembro, segundo a Anbima, associação que representa o setor. Os fundos de renda fixa captaram R$ 9,1 bilhões, e os fundos de recebíveis (Fidc) R$ 4,4 bilhões. Os multimercados tiveram o maior resgate do período, com saídas líquidas R$ 3,9 bilhões. Em seguida, aparecem os fundos de ações com retiradas de R$ 1,3 bilhão.

INVESTO LANÇA ETF DE JOGOS

A gestora Investo lançou na quarta-feira (15) o Exchange Traded Fund (ETF) Investo Jogo. Com o código de negociação JOGO11, o fundo reproduz o índice MVIS Global Video Gaming & eSports, criado pela americana MVIS e que inclui as ações mais líquidas das empresas de games e jogos virtuais como Activision Blizzard, Nintendo, Nvidia, Roblox, Tencent e Ubisoft.Investo é uma gestora brasileira independente focada em ETFs.

WARREN CRIA FUNDO DE CRIPTOMOEDAS

A plataforma de distribuição de investimentos Warren lançou, na segunda-feira (13) um fundo dedicado a criptoativos que terá exposição integral às moedas virtuais. O fundo será isento de taxa de administração e terá aplicação mínima de R$ 1,00. Por ser um produto que oferece volatilidade elevada, o fundo é destinado a investidores arrojados. Segundo a Warren, a meta é captar até R$ 50 milhões até o fim de 2022.

EM ALTA
6,82% 

Foi o aumento nas vendas de imóveis usados em outubro sobre setembro depois de dois meses seguidos de queda no em São Paulo. Isso ocorreu apesar dos financiamentos bancários perderem espaço para as compras à vista ou parcelada pelos proprietários. Pesquisa feita com 900 imobiliárias de 37 cidades do estado pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP) apurou que 49,39% das vendas em outubro foram pagas à vista, 48% com financiamento, 2,27% parceladas e 0,35% com consórcio.

EM BAIXA
1,32% 

Foi a participação da indústria brasileira no valor adicionado da indústria de transformação mundial em 2020, abaixo do 1,35% registrado em 2019. Assim, o Brasil foi ultrapassado pela Rússia e caiu para o 14º lugar no ranking dos maiores produtores industriais. A queda foi agravada pela pandemia e foi o pior desempenho desde 1990, início da série histórica. A indústria brasileira teve a menor participação tanto na produção como nas exportações mundiais em 2020, perdendo importância na economia global, segundo a Confederação Nacional da Indústria.