Com o fim do pregão da quarta-feira, 30, o Ibovespa encerrou a semana, o mês e também o ano da Bolsa brasileira. Marcada por uma grande volatilidade do principal índice da B3, 2020 ficará para sempre na memória dos investidores. Afinal, o Ibovespa iniciou o ano com boas perspectivas, mas despencou mais de 45% até o fim de março por causa da pandemia da covid-19 e muitos acreditavam que ele encerraria o ano no campo negativo.

Surpreendendo a todos, no entanto, o índice subiu mais 82% e zerou as perdas do ano no dia 15 de dezembro.

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O bom momento continuou na última quinzena do mês e o Ibovespa até chegou a ultrapassar seu pico histórico de fechamento nas últimas sessões do ano, mas perdeu força e não conseguiu segurar o patamar. No agregado de 2020, o Ibovespa teve alta de 2,92%, aos 119.017 pontos.

Os analistas têm boas perspectivas para o Ibovespa em 2021, principalmente com a chegada de uma vacina e da retomada da economia. “É um movimento de continuidade do bom momento vivido nestes últimos meses”, explica Ricardo França, analista da Ágora Investimentos, ao E-Investidor – serviço de finanças pessoais do jornal O Estado de S. Paulo.

As perspectivas dos analistas são variadas. A Ágora Investimentos não tem estiva por enquanto, mas França afirma que a corretora tem uma visão positiva para 2021. “Ao olharmos para a composição do Ibovespa, principalmente as blue chips, com ações dos grandes bancos, Petrobras, Vale e B3, estamos falando de um peso bem relevante no índice. Apenas considerando esses nomes, já vemos um potencial grande de upside para 2021”, explica.

A Guide projeta 135 mil pontos, segundo o analista Henrique Esteter. “Temos uma Bolsa muito dependente de commodities. A perspectiva para 2021, mesmo que haja um enfraquecimento do dólar, é que as commodities se mantenham com o preço elevado no mercado internacional. Esse efeito, somado com a liquidez global, nos leva a acreditar que 2021 será um ano forte para a Bolsa”, diz.

A aposta do BTG Pactual é de 81 mil a 151 mil pontos. “A maior preocupação dos investidores é a situação fiscal do Brasil, principalmente com a inabilidade e/ou falta de vontade do governo e do Congresso em cortar gastos e aprovar reformas estruturais para consolidar as contas do País”, avaliam Carlos Sequeira e Osni Carfi, analistas do BTG.

Em 2019, as projeções indicavam que o fechamento do Ibovespa neste ano estaria entre 135 mil e 140 mil pontos. Nem os mais pessimistas imaginavam que a pandemia seria tão grave quanto foi. Em todo caso, nos últimos três anos as projeções também flutuaram bastante e não foram certeiras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.