Por Aislinn Laing

SANTIAGO (Reuters) – O Chile está redirecionando sua estratégia de vacinação contra Covid-19 para a administração de segundas doses e diminuindo a aplicação de vacinas novas devido a preocupações com a escassez de suprimentos e dados que mostram uma proteção fraca de uma dose da vacina da Sinovac Biotech, a espinha dorsal de sua campanha.

A nação andina, que implantou um dos principais programas de vacinação contra Covid-19 do mundo, já administrou mais de 13 milhões de vacinas, e até segunda-feira tinha cerca de dois milhões de doses em estoque, de acordo com cifras oficiais.

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No momento, as clínicas estão aplicando em média 153 mil vacinas por dia, muito menos do que em março, e o Chile almeja imunizar 15 milhões de pessoas, cerca de 80% de sua população-alvo, e criar algum nível de imunidade de rebanho até meados do ano.

Isto envolve vacinar 2,3 milhões de pessoas com segundas doses de uma das duas vacinas sendo usadas atualmente no país – a da chinesa Sinovac e a da Pfizer – e inocular outras 7,3 milhões de pessoas.

Mas nos últimos dias, de acordo com testemunhas da Reuters, clínicas dos arredores da capital Santiago estavam com pouco estoque das duas vacinas, recusando pessoas ou instruindo-as a esperar várias horas até a chegada de novas doses.

Mais de 280 mil doses da vacina Pfizer/BioNTech e a primeira leva das 800 mil doses da AstraZeneca que o Chile receberá do programa de vacinas Covax devem chegar na próxima semana, disse o governo.

Além disso, o Chile está trabalhando para firmar outros acordos de suprimento para manter seu programa de vacinação nos trilhos.

O país aguarda 700 mil das 14,2 milhões de doses que encomendou da CoronaVac, a vacina da Sinovac, que ajudou a impulsionar uma grande campanha de inoculação lançada em fevereiro e que causa inveja na América Latina.

O Chile está esperando pouco menos de oito milhões das 10 milhões de doses da Pfizer/BioNTech que acertou em um acordo de suprimento. O governo disse que a maior parte será entregue antes do final de setembro, mas não foi capaz de informar datas precisas.

O ministro da Saúde, Enrique Paris, disse que um calendário de vacinação rígido de acordo com faixas etárias foi elaborado semanalmente para que o país não esgote seu suprimento antes de mais doses chegarem.

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