A chegada das gigantes americanas e européias do setor de seguro saúde (leia-se AIG, Aetna e Cigna), na década de 90, causou um frio na espinha dos executivos das empresas locais. E não era para menos. Os novos competidores desembarcaram com apetite e dinheiro suficientes para sacudir o mercado. A brasileira Amil sentiu o golpe, mas conseguiu reagir a altura. Fez o caminho inverso e invadiu os Estados Unidos. Investiu US$ 25 milhões para montar uma filial em Austin (Texas), em 1995, e hoje tem uma presença consolidada naquele Estado, onde figura entre os três maiores planos de saúde com mais de 40 mil usuários. A ousadia mostrou-se acertada: hoje, a lista de clientes inclui até mesmo a prefeitura da capital texana. E foi também nos EUA (em Miami) que a companhia instalou seu call-center internacional para dar suporte aos clientes brasileiros em viagem ao exterior. ?Nossa receita internacional deverá atingir US$ 100 milhões este ano, 43% acima do resultado do apurado em 2001?, festeja Edson de Godoy Bueno, presidente do Grupo Amil. Segundo ele, a expansão internacional também serviu para reforçar a imagem da companhia em um segmento onde a credibilidade é tudo. ?Nossos clientes contam com uma rede de mais de 40 hospitais nos Estados Unidos, dos quais os renomados John Hopkins e o Massachusetts General Hospital?, destaca.

O bom desempenho alcançado nos Estados Unidos se reflete ainda nas receitas globais da Amil, que deverão somar R$ 2,1 bilhões (+31,4% em relação a 2001). Além da filial americana, a performance do grupo também está sendo influenciada pelo avanço da subsidiária Dix ? plano de saúde com perfil popular, criado em 1997. ?O crescimento desta empresa tem sido na faixa dos 50% a cada ano?, conta o presidente da Amil. Para 2003, a meta é investir R$ 100 milhões na construção de dois hospitais; um no Rio e outro em São Paulo. ?Estamos em nossa melhor fase?, garante o executivo.