A Americanas S.A. entrou na justiça do Rio de Janeiro com um pedido de recuperação judicial no início da tarde desta quinta-feira (19).

A ação já era esperada depois da decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) de bloquear R$1,2 bilhão da empresa a pedido do banco BTG Pactual.

Outros bancos também pediram à Justiça garantia de que os recursos investidos pela Americanas não fossem retirados. O BTG é um dos credores mais expostos à dívida da varejista, que identificou rombo contábil de R$ 20 bilhões na semana passada.

Além disso, pesava na situação da varejista a confirmação da posição de caixa: o saldo é de apenas de R$ 800 milhões.

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A Justiça suspendeu uma decisão da 4ª Vara Empresarial que determinou a imediata restituição de todo e qualquer valor que os credores eventualmente tiverem compensado, retido e/ou se apropriado do Grupo Americanas após a empresa revelar, no dia 11 de janeiro, ter descoberto rombo contábil no valor de R$ 20 bilhões. 

A decisão da 4ª Vara empresarial foi mantida por uma decisão da 15ª Câmara Civil, mas uma liminar a favor do Banco BTG Pactual foi emitida pelo  desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Horta Fernandes, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

Assim, a determinação de imediata restituição de todo e qualquer valor que os credores eventualmente tiverem compensado, retido e/ou se apropriado fica suspensa somente em relação ao BTG Pactual, que ajuizou o mandado de segurança contra a decisão.

Segundo reportagem do O Globo, o Banco Votorantim, Bank of America e o Goldman Sachs também foram a Justiça para reaver seus créditos.

Ações em queda

As ações da Americanas sinalizavam uma queda forte nesta quinta-feira, após a empresa divulgar que trabalha com a possibilidade de fazer um pedido de recuperação judicial “nos próximos dias ou potencialmente nas próximas horas”.

A companhia afirmou que sua posição de caixa é de R$800 milhões, dos quais “parcela significativa” estava “injustificadamente indisponível para movimentação na data de ontem”.

Recuperação judicial 

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) confirmou em nota o fato relevante da Americanas.

A Americanas S.A. informa que deu entrada hoje em seu pedido de Recuperação Judicial na 4a Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Dado o pedido de Recuperação Judicial da empresa, a Administração da Americanas vem a público informar que seguirá operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial, cujo um dos objetivos principais é a própria manutenção de empregos, pagamento de impostos e a boa relação com seus fornecedores e credores e investidores de forma geral. Para tanto, o grupo de acionistas de referência da empresa informou ao Presidente do Conselho de Administração que pretendem manter a liquidez da companhia em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas, do seu canal digital, Americanas.com, da AME e suas coligadas. Através deste comunicado, pedimos o engajamento de todos os colaboradores nesta nova fase e principalmente dos fornecedores com quem temos relações históricas. A história da Americanas segue com determinação rumo a uma nova fase, com o compromisso com a sociedade e disposta a construir soluções que possam vir atender aos credores da empresa.”