Os presidentes centro-americanos clamaram nesta segunda-feira (16) à comunidade financeira e aos organismos internacionais por recursos para promover a reconstrução de seus respectivos países, dados os danos causados pelos furacões Eta e Iota causados pelas mudanças climáticas, e para os efeitos da covid-19.

Os presidentes de Honduras, Juan Orlando Hernández, e da Guatemala, Alejandro Giammattei, se reuniram esta segunda-feira em Tegucigalpa, e em comunicação virtual com Daniel Ortega (Nicarágua) e Carlos Alvarado (Costa Rica), concordaram em formar um bloco comum para administrar a ajuda, informou o funcionário do governo hondurenho em um comunicado.

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“Viemos aqui para buscar apoio dos países do mundo e de organizações financeiras internacionais para (obter) fundos para a reconstrução”, disse Giammattei.

Dante Mossi, presidente do Banco Centro-Americano de Integração Econômica (Cabei), esteve na reunião.

“Temos (fundos para) ajuda emergencial e podemos coordenar com outros doadores e países amigos do Cabei (para) acessar fundos verdes” das Nações Unidas – recursos destinados a mitigar os efeitos da mudança climática, anunciou Mossi.

Nesse sentido, ele propôs reorientar a carteira do Cabei de 2,5 bilhões de dólares “para restaurar a infraestrutura, barragens e construção de moradias sociais”.

Giammattei garantiu que mais de três milhões de pessoas foram afetadas pelo Eta na Guatemala, Honduras e Nicarágua, para os quais precisam de fundos “rápidos e ágeis” para a reconstrução.

“Houve graves danos com essas chuvas, destruição de plantações, infraestrutura rodoviária, casas danificadas, mortes”, lamentou Alvarado.

“Temos que acessar esses recursos da mudança climática. Fundos Verdes”, defendeu.

Hernández propôs solicitar às Nações Unidas que declarassem a América Central “a zona mais vulnerável” às mudanças climáticas.

“À pandemia da pobreza se soma a migração do narcotráfico (…) e hoje a covid-19”. Há ainda as tempestades, que “atingem toda a América Central em infraestrutura viária, produção, sistema de saúde e outros setores”, lamentou Ortega.