Por Lisa Richwine

(Reuters) – A atriz Amber Heard disse aos jurados em depoimento, nesta segunda-feira, que Johnny Depp a jogou contra uma parede e enrolou uma camisa em seu pescoço durante a lua de mel deles em 2015 no Expresso do Oriente.

Heard retornou ao banco das testemunhas no julgamento realizado no Estado norte-americano da Virgínia, no qual os jurados estão avaliando um duelo de acusações de difamação por parte dos ex-cônjuges.

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Os dois atores se casaram em fevereiro de 2015 e fizeram sua lua de mel no trem Expresso do Oriente em julho daquele ano, depois que Depp terminou de filmar o quinto filme da saga “Piratas do Caribe”.

Questionada por seus advogados, Heard disse que o casal discutiu se Depp deveria beber durante a viagem. Ela disse que eles tinham um relacionamento amoroso quando Depp estava sóbrio, mas que ele muitas vezes se tornava violento quando bebia ou usava drogas.

Em um vagão dormitório do trem, disse Heard, Depp deu um tapa no rosto dela e bateu repetidamente seu corpo contra uma parede. Ele então tirou a camisa e a enrolou no pescoço dela, disse a atriz ao júri.

“Foi assim que acordei na manhã seguinte”, disse Heard. “Acordei com ela ainda no pescoço e um nó gigante na parte de trás da cabeça”.

Depp afirmou anteriormente no julgamento que nunca bateu em Heard e argumentou que ela era a agressora na relação.

Depp, de 58 anos, está processando Heard, de 36, com um pedido de 50 milhões de dólares de indenização, dizendo que ela o difamou quando alegou ter sido vítima de abuso doméstico. Heard abriu um outro processo, em que pede 100 milhões de dólares, argumentando que Depp a difamou ao chamá-la de mentirosa.

Depp disse em seu depoimento que Heard, em certo ponto, jogou uma garrafa de vodca que cortou a parte superior de seu dedo médio direito. Heard negou ter cortado o dedo do Depp e disse que ela só bateu nele para se defender ou defender sua irmã. Ela disse ao júri em testemunho anterior que Depp a agrediu ao inserir uma garrafa de bebida em sua vagina enquanto ameaçava matá-la.

O caso refere-se a um artigo de opinião de dezembro de 2018 publicado no jornal Washington Post. O artigo nunca mencionou Depp pelo nome, mas seu advogado disse aos jurados que estava claro que Heard estava se referindo a ele. O divórcio do casal foi finalizado em 2017, após menos de dois anos de casamento.

Depp, que já esteve entre as maiores estrelas de Hollywood, disse que nunca bateu em Heard ou em qualquer outra mulher, e que as acusações de Heard custaram “tudo”. Um novo filme da franquia “Piratas do Caribe” foi suspenso, e Depp foi substituído na franquia “Animais Fantásticos”, do universo “Harry Potter”.

Os advogados de Heard argumentam que ela diz a verdade e que sua opinião está protegida pela liberdade de expressão, de acordo com a primeira emenda da Constituição norte-americana.

Há menos de dois anos, Depp perdeu um processo por calúnia contra o jornal The Sun, um tablóide britânico que o chamou de “agressor de mulher”. Um juiz de uma Alta Corte de Londres decidiu que ele havia agredido Heard repetidas vezes.

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