A Amazon explicou nesta sexta-feira (10) que enviou por engano a seus funcionários um e-mail solicitando a remoção do aplicativo TikTok de seus telefones devido a questões de segurança.

A mensagem interna comunicava aos funcionários que eles ainda poderiam acessar a popular plataforma de compartilhamento de videos usando navegadores de laptops, mas perderiam o acesso ao e-mail da empresa em smartphones com o TikTok.

“O e-mail desta manhã para alguns de nossos funcionários foi enviado por engano”, disse um porta-voz da Amazon em resposta à AFP. “No momento, não há alterações em nossas políticas em relação ao TikTok”, acrescentou.

“A segurança do usuário é de extrema importância para o TikTok: estamos totalmente comprometidos em respeitar a privacidade dos nossos usuários”, disse um porta-voz da rede social à AFP. O TikTok está disposto a dialogar com a Amazon “para resolver quaisquer problemas que possam ter”.

O Comitê Nacional Democrata aconselhou os militantes que participam da campanha eleitoral a evitarem o uso do TikTok em dispositivos pessoais e que, se o fizerem, devem executá-lo a partir de um dispositivo diferente daquele usado no trabalho, de acordo com um membro desse organismo.

O TikTok saiu de Hong Kong nesta semana, uma medida vista como um esforço para se livrar do “rótulo de que é uma empresa controlada pela China e compartilha dados com o governo chinês”, disse à AFP Zhu Zhiqun, professor de ciência política na Universidade de Bucknell, Estados Unidos.

O TikTok, aplicativo aclamado pelos jovens por seus vídeos curtos de humor, dança e música, pertence ao grupo chinês ByteDance e soma quase 1 bilhão de usuários no mundo. No entanto, sua crescente popularidade nos Estados Unidos levou o governo Donald Trump a sujeitá-lo a uma investigação crescente.

O presidente americano disse nesta semana que avalia a possibilidade de proibir o aplicativo, como forma de punir a China pela pandemia de coronavírus, enquanto os principais legisladores dos Estados Unidos manifestaram preocupação com o potencial da plataforma de vazar dados dos usuários para o governo chinês.

A Índia, onde o TikTok também é muito popular, bloqueou recentemente a plataforma por razões de segurança nacional, após um confronto na fronteira entre seus soldados e forças chinesas.

O TikTok sempre negou que compartilhe dados com as autoridades chinesas e sustenta que não tem a intenção de aceitar solicitações deste tipo. “Nunca fornecemos dados dos usuários ao governo chinês, nem forneceríamos se nos pedisse”, afirmou um porta-voz da empresa nesta quarta-feira.