O mercado consumidor parece ter feito a guinada para os smart audios ou alto-falantes inteligentes. Em décadas passadas o aparelho de som era o dispositivo para se ouvir música. Hoje, é o celular e ele precisa “falar mais alto”. Este começo de 2022 está mostrando que as caixinhas de som disparadas por bluetooth (e que “falam” com a gente) vão reinar, pois já são responsáveis por 13% das vendas totais no Brasil, e representem 41% do crescimento absoluto da categoria neste ano, segundo a GFK, que faz pesquisa de mercado no País. As vendas da categoria de aparelhos de som apresentam saldo positivo, com um aumento de 10% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Que fone de ouvido, que nada!

Isso faz parte de uma mudança de vida do consumidor, que passou esses últimos dois anos de pandemia mais em casa, construindo um espaço prático, misturando lazer, trabalho e estudo. “Cada vez mais o brasileiro busca alternativas de se modernizar, e os eletrônicos acabam sendo itens que trazem liberdade, praticidade e conforto. Dessa maneira, os Smart Audios tornam-se parte desse ambiente conectado, promovendo maior autonomia para as pessoas cuidarem de seu cotidiano”, diz Fernando Baialuna, diretor de Negócios e Varejo da GfK.

E o atrativo parece ter voltado (junto com o consumidor) para as lojas físicas, em que os aparelhos ficam em demonstração, ganhando com a volta do contato sensorial ao produto físico, ao alcance da mão. Nas últimas semanas, a venda nas lojas tradicionais aumentou 25%, com uma queda de 21% nas on-line. Esse microuniverso de consumo abre conjecturas sobre o quão pode desaquecer o mercado digital ao longo do ano. Segundo Baialuna, os produtos eletrônicos nessa categoria são menores e podem ser carregados pelo consumidor direto da loja, sem pagar frete. Até num supermercado, durante as compras, ele pode resolver a questão.

Os alto-falantes mais procurados são os com a Alexa da Amazon instalada, como os modelos Echo Dot e Studio (entre R$ 300 e R$ 1500), passando pelos brasileiros da Intelbrás (R$ 800), e os mais caros, como um Bose (R$ 5 mil). Mas nem todos estão amarrados à voz da Alexa: a JBL, por exemplo, tem um modelo (Link Music) com o Google Assistente, que não tem um nome simpático, mas basta dizer “OK Google” que ele atende, pelo preço de R$ 700. Alguns funcionam com os dois (na verdade, boa parte deles), como o Sonos Move, de R$ 6 mil. O próprio Google tem o seu, chamado de Nest Audio, por R$ 500.