A inflação tem feito o dinheiro cada vez mais curto, restando ao consumidor gastar mais do que ganha e se endividar. Com a alta dos preços, o brasileiro está com dificuldade de pagar serviços básicos, como água, luz e gás.

Dados do Serasa Experian mostram que o número de pessoas com contas atrasadas bateu um novo recorde. O país tinha 66,6 milhões de inadimplentes em maio, maior número de devedores desde 2016, quando começou o levantamento.

O segmento de bancos e cartões é o responsável pela maioria das dívidas, 28,2% do total. Depois, vêm as contas básicas como água, luz e gás, com 22,7%. Em terceiro lugar, ficam os setores de varejo e financeiras, com 12,5% cada um.

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A soma das dívidas chega a R$ 278,3 bilhões, uma média de R$ 4.179,50 por dívida. Na comparação anual com maio, houve aumento de 4 milhões de pessoas com o nome sujo. E, desde janeiro deste ano, o número de negativados aumentou em 1,8 milhão de pessoas.

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, apesar do aumento da inadimplência ser esperado, é possível melhorar a situação. “Os consumidores precisam continuar se organizando financeiramente e utilizando ferramentas disponíveis, como o saque do FGTS para tentar tirar o nome do vermelho”, afirma.