A alta de 0,43% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em fevereiro foi puxada pelo aumento nas cotações de petróleo e de minério de ferro no mercado internacional, segundo Manuel Campos, gerente do Índice de Preços ao Produtor (IPP) no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os preços dos produtos das indústrias extrativas subiram 7,97%, enquanto refino de petróleo e produtos de álcool registrou reajuste de 4,22%.

“São cotações internacionais. Nas extrativas, o minério aumentou muito, o petróleo aumentou muito. Com alta do petróleo, o refino aumentou junto”, justificou Campos.

Questionado se houve influência sobre os preços decorrente da tragédia do rompimento de uma barragem da Vale na região de Brumadinho, em Minas Gerais, no fim de janeiro, Campos confirmou que houve impacto na oferta de minério.

“A oferta diminuiu. Quando a oferta diminui, o preço aumenta. Mas minério e óleo em bruto tiveram alta pressionando as indústrias extrativas”, lembrou Campos.

O IBGE divulgou nesta terça-feira a atualização da amostra e ponderações do IPP com base nos dados da última Pesquisa Industrial Anual (PIA), referente a 2016. A nova estrutura passou a investigar 416 produtos em cerca de 2.070 empresas. A amostra anterior era composta por 324 produtos provenientes de 1.400 empresas.

Como o IPP é um índice de preços, não houve mudanças na série histórica. No entanto, a base foi ajustada para dezembro de 2018, o que influenciou a revisão do IPP referente ao mês de janeiro, que passou de uma queda de 1,05% para um recuo de 0,75%.

“Parte dessa mudança da taxa de janeiro é a nova amostra, a chegada de mais informantes, parte é a revisão”, explicou o gerente do IPP.