A inflação de serviços acumulada em 12 meses voltou a atingir em junho a mínima histórica da série iniciada em janeiro de 2013, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta sexta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação de serviços passou de -0,09% em maio para 0,26% em junho. Apesar da aceleração, a taxa em 12 meses arrefeceu de 3,32% para 3,14% no mesmo período.

De acordo com Fernando Gonçalves, gerente na Coordenação de Índices de Preços do IBGE, o desemprego ainda elevado, a geração de vagas via informalidade e a cautela das famílias ao consumir explicam a perda de força contínua da inflação de serviços.

“As famílias, ao se inserirem no mercado de trabalho pela informalidade, não têm estabilidade, então todo o movimento de consumo é mais cauteloso”, justificou Gonçalves.

Já a inflação de bens e serviços monitorados pelo governo segue pressionada, saindo de 1,38% em maio para 2,49% em junho. A taxa acumulada em 12 meses subiu de 8,15% para 11,77% no período, a mais elevada desde fevereiro de 2016, quando estava em 14,95%. “Foi pressão da energia elétrica, gasolina, gás de botijão”, enumerou Gonçalves.

A gasolina subiu 12,17% apenas no primeiro semestre deste ano, o item de maior impacto no IPCA do período, uma contribuição de 0,51 ponto porcentual sobre a inflação de 2,60%.

O IPCA do primeiro semestre foi pressionado também pela energia elétrica, com alta de 8,02% no período e impacto de 0,29 ponto porcentual sobre a inflação; plano de saúde, aumento de 6,55% e contribuição de 0,26 ponto porcentual; e leite longa vida, alta de 28,15% e impacto de 0,24 ponto porcentual.

Por outro lado, a queda de 34,36% nas passagens aéreas ajudou a conter o IPCA no primeiro semestre em -0,16 ponto porcentual.