Aliados do presidente Michel Temer já admitem que a votação da reforma da Previdência deve ficar para o ano que vem, apesar do esforço do governo de colocar a proposta em votação na próxima terça-feira, antes do recesso parlamentar. Durante jantar promovido pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), na noite desta terça-feira, 13, em Brasília, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) disse que a aprovação da proposta está crescendo, mas talvez não seja suficiente para realizar a deliberação até o final deste ano.

“A onda está crescendo, a gente só não sabe se vai ser tão grande quanto a gente precisa”, afirmou Padilha ao chegar ao evento. O ministro da Casa Civil estima que a pressão nos Estados dos parlamentares pela aprovação da proposta está aumentando. Pelos seus cálculos, nos últimos 20 dias o apoio entre os deputados, por causa disso, teria crescido cerca de 40%.

“A gente está com a prancha em cima da cabeça prontos para surfar na onda, só falta a onda chegar”, brincou o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que assumirá o cargo de ministro da Secretaria de Governo na quinta-feira. Marun disse que, se houvesse mais três semanas de atividades parlamentares neste ano, apostaria que a reforma seria aprovada, mas, com o prazo disponível, é difícil fazer previsões.

Inicialmente, a expectativa do governo é tentar colocar a reforma em votação a partir da segunda-feira, para finalizar o pleito no dia seguinte. O Planalto deve bater o martelo sobre a estratégia até quinta-feira. O governo calculará se possui uma margem de segurança para colocar a matéria em votação – para ser aprovada, são necessários pelo menos 308 votos.

O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), declarou que o clima está melhorando, principalmente por causa da economia, e que alguns parlamentes consideram que em 2018 pode estar “ainda melhor”. “Nós vamos analisar”, comentou. Alguns deputados e senadores defendem que o PIB pode superar as expectativas no próximo ano, o que facilitaria o discurso do governo pela aprovação.