Um aliado próximo do ex-presidente americano Donald Trump se declarou inocente nesta segunda-feira (26) da acusação de ter atuado como agente para um governo estrangeiro.

“Certamente sou inocente de todas estas acusações e vou prová-lo nos tribunais”, disse Thomas Barrack, que também foi um dos principais arrecadadores de fundos de Trump, em uma breve declaração após ter ouvido as acusações em uma corte federal do Brooklyn, em Nova York.

O homem de 74 anos, que usava máscara preta e terno azul, foi libertado sob fiança de 250 milhões de dólares. Também teve restrita a possibilidade de viajar e precisará usar tornozeleira eletrônica.

O Departamento de Justiça americano acusa Barrack e outros dois suspeitos de não terem se registrado como agentes dos Emirados Árabes Unidos (EAU) quando tentaram influenciar a política externa de Trump durante sua primeira campanha à Presidência, assim como nos anos seguintes.

Barrack, um investidor de capital privado e velho amigo de Trump – ele foi presidente do comitê inaugural do ex-presidente em 2017 – também foi acusado de obstrução da justiça e de dar falso testemunho à polícia federal americana (FBI) sobre seu trabalho para os EAU.

Junto com ele, também são acusados Matthew Grimes, funcionário da empresa de investimentos de Barrack, e Rashid Sultan Rashid Al Malik Alshahhi, cidadão emiradense que fez contato por texto e e-mail com Barrack e Grimes em várias ocasiões. Também reuniu-se com os dois nos EAU e nos Estados Unidos.

Grimes também se declarou inocente nesta segunda. Barrack se apresentará novamente à corte em 2 de setembro.

O próprio Trump não foi nem acusado, nem implicado, mas este caso se soma aos já numerosos problemas legais enfrentados por pessoas que estiveram no entorno do bilionário do setor imobiliário.

Os promotores de Nova York alegam que, em maio de 2016, quando Barrack atuou como assessor informal da campanha de Trump, estabeleceu-se como o “canal de comunicação chave” dos EAU para a campanha.

Barrack teve contato frequente com vários altos funcionários emiradenses e, em várias ocasiões, referiu-se a Alshahhi como a “arma secreta” dos EAU para promover sua agenda de política externa nos Estados Unidos, alega o Ministério Público.