Qual o impacto da alta da Selic pelo Banco Central?
O cenário econômico do Brasil e de outros países emergentes piorou bastante nas últimas semanas. O risco aumentou devido à alta dos preços do petróleo, do rendimento dos títulos do Tesouro americano e pela desvalorização das moedas. No Brasil, além disso, a inflação mudou de patamar depressa. E como os Estados Unidos não devem subir os juros, o risco aumenta mais.

Por quê?
O banco central americano tem dito que não vai elevar os juros para não interromper a recuperação econômica nos Estados Unidos, sendo mais tolerante com a inflação. Isso aumenta os riscos de a inflação sair do controle, e levar a uma alta de juros mais intensa nos Estados Unidos.

Quais as consequências no mercado?
A alta da remuneração dos títulos americanos eleva os juros de mercado, e isso afeta os países emergentes. Vamos pensar no Brasil, que tem juros reais negativos de quase 3% ao ano. Até poucos dias, a Turquia também tinha juros reais negativos, e elevou as taxas para zerar a diferença. É muito difícil para um país emergente manter juros reais negativos, isso pode provocar oscilações fortes no mercado.

Diante de um cenário tão desafiador globalmente, qual sua estratégia de investimento?
Reduzimos bastante nossas posições em títulos com juros prefixados. O que temos de renda fixa são papéis corrigidos pela inflação. E estamos com boas posições em títulos de renda fixa internacionais e em ações americanas.

Com são seus fundos?
Nosso principal fundo é o Armor Axe, um multimercado. A aplicação mínima é de R$ 25 mil, cobra 2% de taxa de administração e taxa de performance de 20% sobre o que exceder o CDI.

O PAPEL DOS ETF

Em termos absolutos, os Exchange Traded Funds (ETF) continuam tendo uma participação modesta na indústria. Só recentemente eles superaram 0,5% do patrimônio total dos fundos. No entanto, eles têm perspectivas excelentes. A combinação entre simplicidade, taxas de administração baixas e facilidade de acesso por meio das plataformas vem garantindo o crescimento desses investimentos.

EM ALTA
5,5%

É a mediana das expectativas dos consumidores brasileiros para a inflação nos próximos 12 meses, no período iniciado em março. O resultado indica uma alta de 0,2 ponto porcentual em relação à observada em fevereiro. Esse é o maior valor desde novembro de 2018, e representa o sétimo mês consecutivo de alta. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a mediana subiu 0,7 ponto, como informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo a FGV, o principal motivo é a alta dos preços de alimentos e de bebidas.

EM BAIXA
1,5%

Foi a queda do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) de fevereiro para março, atingindo a marca de 103,6 pontos. Na comparação com março de 2020, a queda foi de 19,3%. Segundo a CNC, a oscilação é explicada por vários fatores. O principal é ausência da vacinação em massa contra a Covid-19. A pressão de custos sobre os preços finais, o dólar alto e os reajustes nos contratos de aluguéis também influenciaram o resultado.