O ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, disse considerar “possível” se chegar em breve a um acordo sobre o programa nuclear iraniano, apesar da eleição do ultraconservador Ebrahim Raisi como presidente.

“Estamos avançando passo a passo em cada rodada de negociações e supomos que, no contexto das eleições presidenciais (iranianas), há boas chances de concluí-las em um futuro próximo”, disse Maas, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (23), em Berlim, junto com o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

“As negociações em Viena não são fáceis. Isso ficou claro nas últimas semanas”, admitiu o ministro, acrescentando que ainda há “muitas questões técnicas” para resolver.

Três dias depois de sua eleição, Raisi declarou, na segunda-feira (21), que não autorizaria “negociações por prazer” sobre o programa nuclear.

“Mas todas as negociações que garantirem os interesses nacionais do Irã serão, certamente, apoiadas”, acrescentou o futuro presidente, que assume o cargo em agosto.

O acordo de Viena concede ao Irã um alívio das sanções de países ocidentais e das Nações Unidas em troca de seu compromisso de não se dotar de arma atômica e de reduzir drasticamente seu programa nuclear. Este último está sob estrito controle da ONU.

Em 2018, o pacto foi sabotado pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se retirou do acordo e restabeleceu as sanções americanas contra Teerã.

As negociações em curso em Viena tentam fazer os EUA voltarem ao acordo. A solução poderia passar por um alívio das sanções de Washington, em troca de o Irã aplicar estritamente o pacto, o que deixou de fazer desde a retomada das sanções.