A Alemanha anunciou neste domingo (24) um reforço dos seus controles fronteiriços devido à chegada de um número crescente de migrantes de Belarus e Polônia e considerou “legítimas” as medidas deste tipo adotadas pelo governo polonês.

O anúncio foi feito depois que a polícia alemã interveio na fronteira polonesa na madrugada passada para dispersar uma milícia de extrema direita que queria patrulhar a área e expulsar os migrantes que tentavam entrar na Alemanha.

A polícia dispersou cerca de 50 extremistas que viajaram a Brandemburgo, no leste da Alemanha, a convite do grupo neonazista “Terceira Via”, considerado violento e perigoso pelos serviços de Inteligência.

Durante a operação policial, apreenderam facão, baioneta, cassetetes, bombas de aerossol e spray de pimenta.

Em meio a esse contexto, o ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, disse que seriam reforçados os controles na fronteira com a Polônia com a mobilização de 8.000 policiais adicionais.

“Se necessário, estou preparado para reforçá-los ainda mais”, acrescentou em declarações ao jornal Bild.

De acordo com as autoridades alemãs, mais de 5.000 migrantes bielorrusos chegaram à Alemanha este ano, passando pela Polônia.

Um suposto traficante de seres humanos foi preso no sábado, depois que 31 migrantes do Iraque foram encontrados em uma van perto da fronteira polonesa.

O conservador Seehofer também considerou “legítima” a vontade da Polônia e de outros países do Leste Europeu “de querer proteger suas fronteiras”, mesmo com a construção de barreiras com arame farpado.

A Polônia pediu 350 milhões de euros para construir um muro em sua fronteira com Belarus.

Desde agosto, milhares de migrantes, a maioria deles do Oriente Médio, tentaram chegar aos países da União Europeia através dessa fronteira.

Os líderes europeus suspeitam que este fenômeno está sendo incentivado por Minsk em retaliação às sanções impostas pela UE às autoridades bielorrussas.