Os presidentes de Israel e da Alemanha alertaram nesta quarta-feira (29) sobre o perigo dos “demônios do passado” com o ressurgimento do antissemitismo, 75 anos após a libertação do campo nazista de Auschwitz.

“Um antissemitismo feio e extremo ronda a Europa, da extrema direita à extrema esquerda”, disse o israelense Reuven Rivlin em discurso no Bundestag, o Parlamento alemão, durante um dia de recordação das vítimas do nazismo.

“A Europa é novamente visitada pelos demônios do passado”, ressaltou.

Embora tenha descartado um novo extermínio de judeus como o cometido pelos nazistas, Rivlin pediu para combater “o início de um novo antissemitismo”, alimentado por discursos sobre “pureza da raça” e “nacionalismo”.

Já o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, falou do retorno dos “maus espíritos”, assim como do antissemitismo e do racismo em seu país.

“Gostaria de poder dizer com convicção, particularmente diante de nosso convidado de Israel [Reuven Rivlin] que ‘nós, alemães, o entendemos’. Mas como dizer isso quando o ódio e a agitação se espalham, quando o veneno do nacionalismo se infiltra novamente nos debates, mesmo aqui?”, afirmou na presença, entre outros, de deputados da extrema direita.