Pivô de um escândalo mundial que envolve espionagem corporativo, segurança de dados e nacionalismo, a Huawei é hoje a empresa que mais divide opiniões no planeta. Acusada de ser um braço do governo chinês para conseguir informações e dados do resto do planeta, a gigante de tecnologia é um dos principais alvos de Donald Trump, que baniu todo os equipamentos da companhia dos Estados Unidos e prometeu punir qualquer empresa americana que fizesse qualquer tipo de parceria com a Huawei.

A pressão se espalhou pelo mundo, quando aliados aos americanos foram “indicados” a fazer o mesmo e retirar qualquer atuação da empresa de tecnologia de seus países. Austrália e Nova Zelândia foram alguns dos países que seguiram os Estados Unidos, porém a Alemanha – um dos principais parceiros comerciais do país da Américo do Norte – anunciou nesta quarta-feira (16) que continuará a utilizar equipamentos da Huawei para desenvolver sua rede 5G.

Para além de um grande parceiro como a Alemanha, a empresa chinesa ganha uma credencial para ser aceita no restante da Europa. Como o principal líder da União Europeia, o país controlado por Angela Merkel pode influenciar a decisão de outros países, como Inglaterra e França, que ainda não se posicionaram em relação a polêmica da Huawei e estão sofrendo pressão dos Estados Unidos.

Na Alemanha, a Huawei já realizou testes de 5G com a Deutsche Telekom e fornece equipamentos de rede para todas as outras empresas de telefonia do país.

Um dos grandes pontos de interrogação em relação a Huawei está na sua relação com o governo chinês. A empresa foi fundada por um ex-membro do partido comunista do país, e legisladores internacionais questionam o alcance da lei chinesa que obriga empresas do país a entregaram dados ao governo caso sejam requisitados.