Mesmo com o otimismo de Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não deve pautar a medida provisória do emprego verde amarelo na segunda-feira, 20, dizem fontes. Com isso, a proposta do Executivo irá perder a validade.

Nesta tarde, Bolsonaro disse a apoiadores, em frente ao Palácio do Planalto, que a medida seria votada pelos senadores na próxima semana. “Deve ser votada segunda-feira. Tenho nada contra o Davi (Alcolumbre, presidente do Senado). Davi é meu chapa”, respondeu após ser perguntado se teria feito um acordo com o presidente da Casa.

A medida foi aprovada pela Câmara dos Deputados na madrugada da quarta-feira, 15, em votação difícil e sem consenso entre os parlamentares. Por fim, o texto principal teve 322 votos a favor e 153 contra.

A MP, que reduz impostos às empresas na contratação de jovens de 18 a 29 anos e pessoas acima de 55 anos, deveria ser votada pelo Senado ontem, 17. No entanto, o item foi retirado da pauta. O movimento foi uma derrota para o governo. que tinha lançado a proposta em cerimônia no Palácio do Planalto no dia 11 de novembro, com o objetivo de estimular o emprego facilitando a contratação de jovens entre 18 e 29 anos.

Além disso, a retirada de pauta aconteceu na sequência das críticas de Bolsonaro à atuação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Alcolumbre chegou a sinalizar que iria conversar com lideranças da Casa durante o fim de semana para tentar devolver a MP à pauta da segunda-feira. No entanto, segundo interlocutores, não há chance disso acontecer.

Ainda neste sábado, Bolsonaro negou ter atacado o Congresso durante a semana. “Eu não ataquei o Legislativo”, afirmou, quando questionado sobre a relação com o Legislativo.

Após demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), o presidente Jair Bolsonaro confrontou nesta quinta-feira, 16, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Bolsonaro disse, em entrevista à rede de TV CNN, que a atuação de Maia é “péssima” e insinuou que o parlamentar trama contra o governo. Em resposta, o presidente da Câmara afirmou que não vai atacar Bolsonaro.

“O presidente ataca com um velho truque da política; com a demissão ele quer mudar o tema”, afirmou Maia, que disse não ter intenção de prejudicar o governo. “O presidente não vai ter ataques (de minha parte). Ele joga pedras e o Parlamento vai jogar flores”, completou.