Evitando fazer críticas diretas ao presidente Michel Temer, o pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, tentou justificar a declaração dada ao jornal O Estado de S.Paulo quando falou que Temer “padece de legitimidade”.

Nesta segunda-feira, 18, após participar de fórum na capital paulista, o tucano disse que não queria tirar “méritos” do governo e do presidente, e que já passou pela mesma situação quando assumiu o governo de São Paulo após a morte de Mário Covas, em 2001, ao tomar posse “sem votos”.

“Não disse para tirar os méritos do atual governo nem do presidente Temer. É para mostrar que é difícil mesmo você, em final de governo, sem ter vindo do voto popular, poder implementar reformas que o País precisa e não pode adiar mais.”

Após a entrevista de Alckmin, o ministro da Secretaria de Governo de Temer, Carlos Marun, disse que a declaração beirava “a hipocrisia” porque Alckmin também já assumiu um governo na condição de vice. Nesta segunda-feira, Alckmin quis minimizar o desconforto e disse que ele próprio havia feito a “constatação” sobre a falta de legitimidade.

Ao comentar sobre alianças eleitorais, Alckmin reforçou o aceno ao DEM e disse que quer o apoio do partido caso o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não seja candidato ao Planalto. A aliança do DEM com o PSDB em São Paulo “ajuda” a consolidar um acordo nacional, destacou.

Questionado sobre o parecer do Cade que classificou a tabela de preços do frete editada pelo governo federal como incentivo ao cartel, o tucano disse que tabelamento “é coisa do passado”. Para Alckmin, no entanto, o governo tem de cumprir o que prometeu em acordo com os caminhoneiros.

Alckmin defende que o reajuste no preço dos combustíveis não ocorra diariamente, mas em um intervalo de no mínimo 30 dias. Ele reforçou sua proposta de criar um “colchão tributário” para minimizar oscilações dos preços internacionais e da variação do dólar.