Por mais que pareça estranho, não há nenhuma guerra em curso no mundo. Não oficialmente. O ditador russo Vladimír Putin ainda não declarou guerra à Ucrânia, muito menos ao Ocidente. Mas todos já estão em intenso combate. Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França e Reino Unido, as maiores potências militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), já desembolsaram – incluindo o envio de armamento pesado como tanques, caças, munição e mísseis antiaéreos – mais de US$ 100 bilhões ao governo de Volodymyr Zelensky. É mais do que todos esses países gastaram nos primeiros cinco meses da Segunda Guerra.

O envio de recursos, equipamentos, inteligência e armamento pesado à Ucrânia tem frustrado o plano expansionista e imperialista de Putin. O fracasso pode resultar em um perigoso “tudo ou nada” para ele na invasão da Ucrânia. Hoje, neste emblemático 9 de maio, data em que o Exército Vermelho colocou um ponto final nas ambições nazistas em 1945, o presidente russo experimenta o fracasso de sua prepotência atômica. A força russa está em seu arsenal de mais de 12 mil ogivas nucleares. Mas o uso de qualquer uma dessas ogivas significará o início oficial da Terceira Guerra.

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A Rússia tem força, mas não pode usá-la. O uso de armas químicas, biológicas ou atômicas será um convite irrecusável para o contra-ataque da Otan. Ou seja, Putin não parece querer usar sua força, nem a Otan dá sinais de vontade em disparar bombas atômicas. Não há dúvidas, no entanto, de que elas terão de ser, mais cedo ou mais tarde, utilizadas para estabelecer as novas fronteiras da Europa. Em vez de afastar a Otan de suas fronteiras, Putin atraiu o inimigo. Finlândia e Suécia devem entrar para a Otan nos próximos meses. A China, que inicialmente declarou publicamente ter a Rússia como um amigo incondicional, não colocou até agora nenhum soldado à disposição de Putin.

Enquanto a Rússia não recua, sua economia russa enfrenta a ruína. Nos últimos dois meses, seis oligarcas russos morreram por razões desconhecidas – quatro deles teriam se suicidado, segundo o IML russo.  Os outros dois teriam sido de causas naturais.

Ao que parece, a Terceira Guerra já começou. Invasão de país vizinho, assassinato de opositores políticos, extermínio de etnias e imposição da força como método de perpetuação de poder são táticas já testadas no passado e que fracassaram. O que não se sabe é qual será o alcance, a proporção e a duração dessa Terceira Guerra. Mas ela já está a pleno vapor.