Enquanto os executivos da Boeing se ocupavam em defender a liberação do 737 Max, a rival Airbus roubou os holofotes no primeiro dia da Paris Air Show ao anunciar o lançamento de um novo modelo e o fechamento de mais de 100 pedidos de encomenda. A maior feira de aviação mundial iniciou nesta segunda-feira (17) em um clima de incertezas e tensões para as duas maiores estrelas do setor.

A Airbus saiu na frente divulgando o novo A321XLR, um modelo considerado a evolução do A321neo. O jato está previsto para iniciar as operações em 2023 e se mostra um importante concorrente dos últimos lançamentos da Boeing no segmento de aviões menores e de longo alcance.

A Middle East Airlines, com base no Líbano, já sinalizou interesse no novo modelo e encomendou quarto unidades. Além dela, a companhia europeia anunciou o fechamento de 14 unidades do A330-900 para a Virgin Atlantic e um pacote com até cem aviões para a Air Lease Corporation, incluindo 27 A321XLRs e 50 A220-300s.

Realizada a cada dois anos, a Paris Air Show tradicionalmente é usada como palco para as empresas competirem quem anuncia o maior número de novos pedidos. Em edições anteriores, Boeing e Airbus chegaram a divulgar 500 encomendas cada.

A Boeing divulgou apenas o acordo com a GE Capital Aviation Services para 10 cargueiros 737-800, com possibilidade de acrescentar mais 15 unidades. Os cargueiros são adaptados dos modelos comerciais e não entram na lista de novos pedidos, apesar de somar na receita da fabricante.

Fora isso, a Boeing passou o primeiro dia de apresentações explicando os trâmites para autorizar a retomada do 737 Max com as autoridades internacionais, principalmente a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês). Mais de três meses após duas quedas do modelo que vitimaram 346 pessoas, a fabricante norte-americana desistiu de passar uma nova data para liberação, mas continua afirmando que será “em breve”.