O colapso do tráfego aéreo deixou a Airbus no vermelho neste primeiro semestre do ano, mas a fabricante de aviões europeus garante que está pronta para atravessar a crise provocada pela pandemia de coronavírus.

Nos primeiros seis meses do ano, o grupo registrou perdas de 1,9 bilhão de euros (US$ 2,2 bilhões).

Sua rival americana, Boeing, perdeu por sua vez US$ 2,4 bilhões e sofre também com a crise de seu avião 737 MAX, embora sua atividade de defesa seja mais sólida.

“O impacto da pandemia de COVID-19 em nossas finanças é muito visível no segundo trimestre, com as entregas de aviões comerciais divididas por dois em relação ao ano passado”, observou o presidente executivo da Airbus Guillaume Faury, citado em comunicado.

A Airbus registrou 298 perdas líquidas no primeiro semestre e entregou 196 aviões neste período.

O segundo trimestre foi especialmente complicado, com apenas 74 aviões entregues, enquanto a Boeing entregou 20.

No total, a Airbus não conseguiu entregar 145 aviões durante o semestre devido à epidemia.

As entregas de aviões são um indicador confiável da lucratividade do setor de aviação, porque os clientes pagam a maior parte da fatura quando recebem as aeronaves.

Em termos de faturamento, foram 18,5 bilhões de euros (US$ 21,7 bilhões) no primeiro semestre, 39% a menos.

Na divisão de aviões comerciais, o faturamento foi de 12,5 bilhões de euros (US$ 14,66 bilhões), 48% a menos.

As perdas operacionais foram de 1,6 bilhão de euros (US$ 1,87 bilhão), com uma carga de 332 milhões de euros (US$ 390 milhões) relacionada ao fim do A380, o maior avião de passageiros do mundo, previsto para 2021.

O grupo também registrou 900 milhões de euros (US$ 1.055 milhões) em cargas sobre seu resultado operacional devido à COVID-19.