Continuando com sua estratégia de buscar parcerias com órgãos públicos e supranacionais, o Airbnb firmou uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para troca de informações sobre destinos turísticos na América Latina e Caribe e, com isso, detectar tendências de destinos para a região.

O acordo, que não estabelece nenhum recurso, também deve municiar o aplicativo com informações relacionadas a projetos que estão sendo desenvolvimentos ou financiados pelo BID para a área.

“Sempre buscamos parceiros no poder público e organismos internacionais para levar adiante nossos objetivos de cooperação – trocando dados, apoiando políticas urbanas e de turismo. O BID sempre foi um parceiro ideal pelo alcance na região. Tivemos a conversa de alguns meses que desembocou na assinatura desse acordo”, afirma Bruno Lewicki, diretor de políticas públicas para América Latina do Airbnb.

Segundo o executivo, o acordo não tem um viés comercial. “Além do compartilhamento, temos a ideia de criar uma agenda de reuniões, de eventos, conferências, entre nossa equipe e outras áreas do BID ligadas a turismo, habitação e desenvolvimento econômico. Mas vemos que além do conhecimento, temos um potencial grande de cooperação”, afirma.

Para o próximo ano, o Airbnb planeja expandir esse acordo, no entanto, Lewicki não deu dicas sobre quais os termos dessa extensão. “Estamos tentando acelerar esse projeto para que no primeiro semestre de 2018 consigamos outras áreas mais concretas”, diz.

Segundo o BID, o projeto foi aceito pelo banco porque o órgão detectou que o aplicativo possui um grande número de informações que podem ajudar o BID a detectar as tendências para a região. “Ambos vão se beneficiar da troca de conhecimento. Adicionalmente, os parceiros buscarão organizar fóruns e eventos sobre turismo sustentável, economia digital e economia compartilhada na América Latina e Caribe.

Recentemente, o aplicativo envolveu-se em uma polêmica acerca de um convênio com o Sebrae no Brasil. A associação do setor hoteleiro, a ABIH-Nacional, entrou até com ação no Supremo Tribunal Federal para barrar o convênio entre as organizações, que envolvia o mapeamento da rede de comércio e serviços em regiões turísticas do Centro-Oeste e do Norte do País.

Quem sabe, talvez, a troca de informações entre uma empresa e um órgão estrangeiro ajude o País a alavancar o turismo. Segundo o relatório do World Travel & Tourism Council de 2016, em todo o mundo, o turismo cresce há 5 anos consecutivos. Porém, no Brasil, acontece o contrário. Desde 1998, o País não passa da marca de 5 milhões de turistas estrangeiros. Isso acontece apesar das iniciativas do governo federal. A Embratur, por exemplo, existe de 1966. O Ministério do Turismo foi criado em 2003.