A pandemia do novo coronavírus abalou a economia mundial e, sem uma resolução definitiva para a doença, os impactos negativos devem continuar ocorrendo. Para o diretor de Digital Experience da empresa de serviços de TI Sonda, Adriano Esposito, o Brasil ainda não está no pico da pandemia. “Esse problema está longe do fim. Quando analisamos os dados da evolução de contágio com os indicadores econômicos, é bem preocupante”, opina.

Com base em seu dashboard, o Analytics Covid-19, a empresa cruzou dados de 19 fontes oficiais com os indicadores de cada cliente para traçar as projeções.

Entre as análises gerais da empresa, está a correlação da quantidade de casos confirmados do coronavírus com a previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o levantamento da Sonda, quanto mais pessoas contaminadas, menor será o PIB do País. O mesmo acontece com a taxa Selic, que deve continuar a encolher com o aumento de casos, segundo a empresa.

O estudo da Sonda mostra como a expectativa foi se tornando negativa, conforme a pandemia foi evoluindo e o número de casos subindo. O máximo de correlação é de 1, quando as duas variáveis estão aumentando. Quando a primeira sobe e a segunda apresenta queda, o máximo de correlação entre as duas é de -1.

“A minha curva de casos da covid-19 está em ascensão e minha curva de PIB está em declínio”, diz o executivo. Neste caso, revela Esposito, a correlação está em -0,84, ou seja, muito próxima de -1 (máximo). O que significa que é enorme a chance de o indicador de atividade econômica encolher ainda mais com o avanço do número de contaminados de coronavírus no País.

Outro dado que a análise levantou é que quanto maior o número de casos de coronavírus, maior é a taxa de desocupação no Brasil, com uma correlação de 0,84, também muito próxima do 1, que neste caso é o máximo de correlação, tendo em vista que as duas variáveis estão em ascensão.

A taxa de câmbio também mostra uma tendência de alta, que acompanha a evolução de casos. Esse indicador tem a maior correlação, com 0,87.

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O estudo analisou ainda a correlação entre a pandemia e a inflação. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a taxa é de -0,83, onde quanto mais casos, menor será o índice, portanto com o máximo em -1.