Em 2005, o professor do renomado Massachusetts Institute of Technology (MIT) Nicholas Negroponte teve uma ideia brilhante: dar um notebook para cada estudante de países pobres. 

Na época, ele criou uma organização sem fins lucrativos batizada de One Laptop per Child (Um laptop por criança) para desenvolver um aparelho que custasse US$ 100. O preço nunca foi atingido, mas sua ideia vingou, criou uma nova categoria de produtos e fez com que diversos governos ao redor do globo desenvolvessem projetos para levar computadores para as escolas. O Brasil é um deles. Mas o Um Computador Por Aluno (UCA), nome do programa brasileiro, estava esquecido na burocracia. 

 

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Inclusão Digital: vários governos ao redor do mundo têm projetos de levar computadores

para crianças do ensino fundamental, como o do Marrocos, na África 

 

Na semana passada, o governo concluiu um pregão eletrônico de registro de preços vencido pela Positivo Informática para a aquisição de até 600 mil laptops. Esse é um negócio que pode chegar a R$ 213 milhões, a um custo aproximado de R$ 350 por máquina. 

Superadas as próximas etapas do processo de homologação do resultado, essa pode ser a maior compra de máquinas do programa do governo até aqui. A má notícia é que ainda estamos longe de alcançar a meta de “um computador por aluno”. 

 

Atualmente, há 42 milhões de alunos na rede pública de ensino do País, distribuídos por 176 mil escolas. Além das 600 mil máquinas, o governo comprou 150 mil equipamentos, que ainda estão sendo entregues pela Digibras/CCE para 300 escolas. Procurados pela reportagem, o Ministério da Educação e a Positivo Informática não se pronunciaram.

 

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A entrega dessas 600 mil máquinas acontecerá apenas em 2011. Segundo as especificações do edital, os laptops vêm com  1 GB de RAM e recursos de rede sem fio integrados ao equipamento. 

 

Eles são equipados com o sistema operacional de código aberto Linux. O projeto prevê a instalação de infraestrutura de acesso à internet e treinamento dos professores. O único país no mundo que conseguiu atingir a meta de um computador por aluno foi o Uruguai. O vizinho do Brasil comprou, de 2007 a 2009, 400 mil máquinas por US$ 120 milhões.

 

Os notebooks foram adquiridos da OLPC, a organização criada por Nicholas Negroponte. Com isso, conseguiu atender todos os seus estudantes. Colômbia, Peru, México, Ruanda e Haiti são alguns dos países que também compraram o notebook educacional e têm projetos de inclusão digital de seus estudantes.