Por Francois Murphy

VIENA (Reuters) – O órgão de vigilância nuclear da ONU encontrou urânio enriquecido a 84% no Irã — muito próximo ao grau usado em armas — disseram diplomatas nesta segunda-feira, enquanto a agência disse estar em conversas com Teerã sobre descobertas recentes no país.

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O Irã tem enriquecido urânio a até 60% de pureza desde abril de 2021. Há três meses, o país começou a enriquecer a 60% em um segundo local, Fordow, que fica escavado em uma montanha. O grau usado em armas é em torno de 90%.

Dois diplomatas disseram à Reuters que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que inspeciona as instalações nucleares do Irã, detectou urânio enriquecido a 84%, confirmando uma reportagem da Bloomberg News publicada no domingo.

“A questão é se isso foi um problema nas cascatas reconfiguradas ou algo deliberado. A agência pediu uma explicação ao Irã”, disse um dos diplomatas à Reuters.

Mais cedo neste mês, a AIEA criticou o Irã por não ter informado sobre uma mudança “substancial” nas interconexões entre as duas cascatas, ou agrupamentos, de centrífugas enriquecendo urânio a até 60% em Fordow. Vários diplomatas disseram que a mudança significa que o Irã pode mudar para um nível de enriquecimento mais alto rapidamente.

Essas cascatas rearranjadas são aquelas às quais o primeiro diplomata se referia.

Em 2018, os Estados Unidos saíram do acordo nuclear de 2015 entre o Irã e grandes potências que suspendia sanções contra Teerã em troca de restrições às suas atividades nucleares.

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