O sistema energético global deve realizar transformações rápidas e maciças, como a redução de petróleo e o desenvolvimento de energias renováveis, para enfrentar as mudanças climáticas – alertou a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta quarta-feira (13).

“O mundo precisa urgentemente concentrar sua atenção, com a precisão de um laser, na redução de emissões planetárias”, disse Fatih Birol, diretor-executivo da agência com sede em Paris, na apresentação de seu relatório anual.

“Para isso, é necessária uma grande coalizão entre governos, investidores, empresas e todos aqueles que estão engajados na luta contra as mudanças climáticas”, afirmou.

“A resposta dos governos e da indústria está longe de ser satisfatória”, lamentou em uma entrevista coletiva em Paris.

No ano passado, a demanda de energia aumentou significativamente, assim como as emissões de CO2 relacionadas à energia, que atingiram “um nível histórico mais alto”, afirmou Birol.

A AIE menciona, em um cenário de desenvolvimento sustentável, o que é necessário para limitar as emissões, de acordo com os objetivos do Acordo de Paris, de conter o aquecimento abaixo de 2°C e a 1,5°C, se possível, em relação aos níveis pré-industriais.

Esse cenário “precisa de mudanças rápidas e generalizadas em todo sistema energético”, alertou a AIE. “Não existe uma solução simples, ou única, para transformar os sistemas globais de energia”, acrescentou Birol.

Em primeiro lugar, supõe que a demanda por energia seja menor em 2040 do que é hoje, apesar do crescimento da economia mundial, graças aos esforços de eficiência energética.

Além disso, é necessário que o consumo de petróleo caia para 65 milhões de barris por dia em 2040 (comparado a 97 milhões no ano passado), um nível que corresponde ao do início dos anos 1990.

Em contrapartida, a eletricidade deve crescer e ocupar o primeiro lugar no consumo final de energia, em detrimento do petróleo até 2040. As novas capacidades elétricas devem prosseguir quase exclusivamente pelas energias renovável, eólica e solar.

“Colocar os sistemas elétricos em um caminho sustentável exigirá mais do que a simples soma de fontes renováveis”, alerta a AIE.

A agência destaca ainda a necessidade de atacar também as emissões vinculadas ao sistema existente, em particular o carvão, que é muito poluente.