Água doce, em termos absolutos, não falta no Brasil. O País é dono de 12% do volume total disponível no planeta. Já a média de consumo de um cidadão brasileiro é de 153,9 litros por dia, enquanto o ideal para suprir as necessidades humanas é de 110 litros/dia, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Como, em teoria, os números não mentem, a impressão é que tudo vai bem. Mas, a verdade não é bem essa.

Do total dos recursos hídricos na superfície, 80% estão na região Amazônica, área de baixa densidade populacional. Isso significa que 91% dos quase 212 milhões de brasileiros vivem nas outras quatro regiões – Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste – que têm somente 20% do volume para suprir todas as necessidades. O resultado é que mesmo com tamanha disponibilidade de recursos hídricos, existe uma parcela da sociedade sem acesso à água potável. Para reduzir o problema, governos ganham ajuda da iniciativa privada.

A PepsiCo Brasil e o braço filantrópico da empresa, a Fundação PepsiCo, firmaram parceria com a Water.org e o Aquafund do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para assegurar o fornecimento de água potável para 52 mil pessoas no Nordeste do País. O Banco do Nordeste completa o quadro de envolvidos no projeto que prevê aporte de U$ 600 mil em três anos.

Os recursos serão alocados em iniciativas como apoio às concessionárias de água para ampliação e melhoria de seus serviços e viabilização de linhas de crédito para projetos que busquem soluções para os problemas de abastecimento e saneamento básico nacional. Para dar mais transparência ao processo, as linhas de financiamento serão gereciadas por meio de uma plataforma blockchain, com transações em criptomoedas.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1215 da Revista Dinheiro)