As agências de relações públicas RP1 e RMA vão unir suas operações a partir desta segunda-feira, 11, criando uma nova empresa, a RPMA. O movimento, que resultará em uma companhia com faturamento de R$ 38 milhões por ano, 150 funcionários e 130 clientes, foi uma maneira de os dois grupos nacionais se protegerem da “onda” de concorrentes internacionais que chegaram ao País nos últimos anos.

O movimento de consolidação das agências de relações públicas começou no início desta década – e não arrefeceu nem com a crise econômica, a partir de 2014. Entre os movimentos recentes do setor esteve o acordo entre a Loures e a líder de mercado no País, a também nacional FSB, em setembro de 2018. Já outros grupos locais do setor de RP, como CDN, InPress e Ideal, têm gigantes globais como sócios.

Os sócios da recém-criada RPMA não escondem o caráter de proteção do movimento de fusão. “Houve muitas consolidações muito rápidas no meio da pirâmide (das agências) e acabamos ficando meio achatados. Juntos, seremos mais fortes para enfrentar essa realidade de mercado”, ressalta Augusto Pinto, sócio da RMA, agência fundada há 17 anos. “Nos encontramos na intenção de formar um grupo nacional”, completa Cláudia Rondon, que abriu a RP1 há 18 anos.

A recém-formada RPMA foi fruto de uma negociação que começou no fim de 2017. Após um período para “absorver” a ideia, os agora sócios – Cláudia, Pinto e Marcio Cavalieri – voltaram a conversar no segundo semestre do ano passado. “É muito difícil encontrar tamanhas sinergias entre os sócios. Temos perfis muito complementares.”

Atuações diversas

As vantagens da fusão também ficaram evidentes quando foi feita a análise da carteira de clientes das duas empresas. Enquanto a RMA tem tradição no atendimento a clientes do setor de tecnologia e no chamado B2B (grupos que fornecem produtos e serviços a outros negócios), a RP1 enfocava principalmente varejo, consumo e gestão de crise. Segundo os sócios, a RPMA será a terceira maior agência do País entre os grupos de capital nacional, atrás somente da líder de mercado FSB e do Grupo Informe, de Brasília.

Segundo o mais recente Anuário da Comunicação Corporativa, o faturamento combinado da RPMA ficará próximo de R$ 38 milhões por ano – o suficiente para a companhia encostar nos resultados da Informe, a 11.ª maior agência do País. As três maiores companhias de relações públicas do Brasil são as únicas que faturam mais de R$ 100 milhões: FSB (R$ 215 milhões), CDN (R$ 172 milhões) e Grupo InPress (R$ 115 milhões) – todos os dados são referentes ao ano de 2017.

Para Augusto Pinto, contratar um grupo nacional pode trazer vantagens para o cliente, como a tomada rápida de decisões, sem necessidade de consultas externas. E Cavalieri diz que a RPMA já nasce após fazer a “lição de casa” no que se refere ao marketing digital. “Um terço do nosso faturamento já vem desse segmento.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.