Por Tim McLaughlin

(Reuters) – O regulador ambiental dos Estados Unidos disse nesta terça-feira que enviou à Casa Branca seu plano final para reduzir a poluição interestadual e a poluição de fuligem do setor de energia, mas grandes empresas de energia alertaram que a medida a ser finalizada no próximo mês custará bilhões de dólares.

O plano, proposto pela primeira vez no ano passado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA), exige que a indústria de energia reduza a poluição de óxidos de nitrogênio, ou NOx, para conter um problema de décadas de emissões de usinas de energia contaminando o ar em outros Estados, geralmente a quilômetros de distância.

A EPA disse à Reuters que o Escritório de Administração e Orçamento (OMB) da Casa Branca aceitou a proposta da agência para revisão em 9 de fevereiro e que a regra final é esperada para março de 2023.

A pauta da EPA para as regras mais rígidas recebeu mais de 112 mil comentários, inclusive de pesos pesados da indústria que dizem que a agência está subestimando o custo de implementação em bilhões de dólares.

A Kinder Morgan alertou que o plano pode custar cerca de 4,1 bilhões de dólares em atualizações e retrofits para cerca de 950 motores ao longo de seus oleodutos, que transportam cerca de 40% do gás natural consumido nos Estados Unidos.

Essa estimativa é 16 vezes maior do que a da EPA, cuja avaliação para a indústria inclui menos de 100 motores para o Kinder Morgan, disse a empresa em carta à agência.

“Provavelmente levará pelo menos até 2045 para implementar a (proposta da EPA) em todos os motores que atualmente excedem os limites de emissões propostos”, afirmou.

Kinder Morgan se recusou a comentar, e a EPA se recusou a comentar reclamações específicas da empresa.

A PacifiCorp, uma unidade da Berkshire Hathaway, disse em uma carta enviada à EPA que o cronograma da agência para 2026 não é razoável e que o trabalho custará até 2 bilhões de dólares, mais que o dobro do que a EPA estima.

A empresa disse esperar que a regra final leve em consideração algumas das preocupações do setor.

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