A África do Sul anunciou neste domingo (7) que suspendeu temporariamente seu programa de imunização contra a covid-19, que deveria começar nos próximos dias com um milhão de vacinas de Oxford/AstraZeneca, após estudo que revela sua eficácia “limitada” contra a variante sul-africana.

De acordo com um ensaio sul-africano da Universidade de Witwatersrand divulgado neste domingo, mas que não leva em conta os casos graves, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca oferece “proteção limitada contra formas moderadas da doença causada pela variante sul-africana em jovens adultos”.

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Além disso, na sexta-feira, um porta-voz da AstraZeneca, citado pelo Financial Times, apontou que um estudo com 2 mil pessoas mostrou que a vacina britânica tem “eficácia limitada contra as formas leves da doença causadas pela variante sul-africana”.

No entanto, ela pode ser eficaz contra as formas graves da doença, embora ainda não haja dados suficientes desse estudo, que será publicado na segunda-feira.

“É um problema temporário, devemos suspender as vacinas da Astrazeneca até resolvermos esses problemas”, afirmou o ministro da Saúde, Zweli Mkhize, em entrevista coletiva online no domingo.

“Pesquisadores sul-africanos e britânicos descobriram que (…) a vacina é muito mais eficaz contra a (cepa) original do coronavírus” do que contra a variante, disse um comunicado sobre o estudo da Universidade de Witwatersrand.

“Estas primeiras conclusões parecem confirmar que a variante do vírus que apareceu na África do Sul pode ser transmitida entre a população já vacinada”, acrescentou.

Pode “demorar um pouco” até que seja determinada sua eficácia contra a nova variante, que é cada vez mais comum entre os idosos no Reino Unido, disse à BBC, no domingo, Sarah Gilbert, que lidera o desenvolvimento da vacina em Oxford.

A África do Sul é o país do continente mais afetado pelo vírus, com mais de 1,5 milhão de casos e mais de 46 mil mortes.